Especialista em medicina do sono no Instituto do Sono, realizou o curso de cirurgias para apneia do sono no complexo Flo...
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iO que é Rinite não alérgica?
A rinite não alérgica é uma inflamação da mucosa, a camada que reveste a cavidade nasal, que não tem o componente alérgico como causa. Os otorrinolaringologistas Eduardo Dolci e Samanta DallAgnese explicam que a rinite não alérgica é descrita dessa forma para se diferenciar da rinite alérgica, que representa a maioria dos casos. Portanto, ela é um diagnóstico de exceção, ou seja, é feito após ser excluída a possibilidade da rinite alérgica.
Saiba mais: Conheça os tipos de rinite e saiba como tratá-los
Causas
Existem diversas causas para a rinite não alérgica, sendo as mais comuns:
- Infecções (consideradas como virais, como o resfriado e a gripe)
- Medicamentos
- Hormônios, o que ocorre principalmente na gravidez, com as mudanças causadas no sistema endócrino neste período
- Presença de agentes irritativos no trabalho (rinite ocupacional)
- Alimentos (rinite gustativa)
- Mudanças do corpo relacionadas à idade.
A causa menos frequente é a rinite eosinofílica, relacionada com a infiltração da mucosa nasal por células chamadas eosinófilos.
Sintomas
Embora os sintomas sejam os mesmos da rinite alérgica, os casos de rinite não alérgica se diferenciam, pois não são sazonais, ou seja, não costumam ter relação com as estações do ano. De acordo com a otorrinolaringologista Samanta DallAgnese, os sintomas mais comuns são:
- Sensação de nariz congestionado
- Coceira no nariz
- Espirros
- Coriza
- Roncos
- Diminuição do olfato.
Diagnóstico
O otorrinolaringologista Eduardo Dolci, especialista da Clínica Dolci (SP), explica que o diagnóstico é feito com base no histórico do paciente, que sofre dos sintomas citados, além da exclusão de outras causas, principalmente alergias que podem ser descartadas com exames de sangue e cutâneos.
É necessário investigar fatores relacionados à rinite não alérgica, como medicamentos, infecções recentes e alterações hormonais. Apenas quando não é possível detectar o componente alérgico é que se pode dizer que a rinite é não alérgica.
Fatores de risco
Os fatores de risco mais comuns da rinite não alérgica são:
- Exposição às substâncias irritantes
- Uso prolongado de descongestionantes nasais
- Exposição à fumaça.
Exames
Segundo a especialista Samanta DallAgnese, um exame bastante indicado nesses casos é a nasofibroscopia, que funciona como uma endoscopia nasal, avaliando toda a extensão da cavidade nasal em busca de outros fatores que possam prejudicar a respiração pelo nariz, como desvio do septo nasal e presença de pólipos. Na suspeita de sinusites, que podem ser consequentes a uma crise de rinite, a nasofibroscopia detecta secreção nasal.
A tomografia da face também é um exame bastante utilizado, especialmente para avaliar se a sinusite se tornou crônica ou se necessita de cirurgia.
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar rinite não alérgica são:
- Clínico geral
- Otorrinolaringologista.
Estar preparado para a consulta pode facilitar o diagnóstico e otimizar o tempo. Dessa forma, você já pode chegar à consulta com algumas informações:
- Uma lista com todos os sintomas e há quanto tempo eles apareceram
- Histórico médico, incluindo outras condições que o paciente tenha e medicamentos ou suplementos que ele tome com regularidade
- Se possível, peça para uma pessoa te acompanhar.
O médico provavelmente fará uma série de perguntas, tais como:
- Você já teve um resfriado ou outra doença recentemente?
- Quando você começou a ter sintomas?
- Você tem sintomas o tempo todo ou eles vêm e vão?
- Quão severos são seus sintomas?
- Alguma coisa parece melhorar seus sintomas?
- Alguma coisa parece piorar seus sintomas?
- Que medicamentos você já tentou para seus sintomas e alguma coisa ajudou?
- Seus sintomas pioram quando você come alimentos condimentados, bebe álcool ou toma certos medicamentos?
- Você está normalmente exposto a vapores, produtos químicos ou outros irritantes no ar?
Também é importante levar suas dúvidas para a consulta por escrito, começando pela mais importante. Isso garante que você conseguirá respostas para todas as perguntas relevantes antes da consulta acabar. Para gordura no fígado, algumas perguntas básicas incluem:
- Qual é a causa mais provável dos meus sintomas?
- Quais testes eu preciso?
- Minha condição é provavelmente temporária ou duradoura?
- Que tratamentos estão disponíveis e quais recomendam para mim?
- Existe uma alternativa genérica ao medicamento que você está prescrevendo?
- Há folhetos ou outros materiais impressos que eu possa levar comigo?
Não hesite em fazer outras perguntas, caso elas ocorram no momento da consulta.
Buscando ajuda médica
Os especialistas indicam buscar auxílio médico quando os sintomas de rinite passam a prejudicar a rotina do paciente, trazendo cansaço, indisposição e problemas durante o sono.
Além disso, caso o indivíduo não sinta nenhum alívio com medicações e cuidados básicos no dia a dia, ou até mesmo quando existe a presença de efeitos colaterais por causa dos remédios, é indicado procurar um médico.
Tratamento
O tratamento da rinite não alérgica é similar ao da rinite alérgica, com exceção de imunoterapia, que é reservada apenas aos pacientes alérgicos em que seja identificada a substância causadora.
Medicamentos
A otorrinolaringologista Samanta Dall’Agnese explica que os principais medicamentos são os corticoides nasais, que diminuem as queixas de obstrução nasal e são bastante seguros, pois a absorção para o organismo é muito baixa. Os anti-histamínicos também são válidos, até mesmo para reduzir a coriza e os espirros. Vale lembrar que os medicamentos são receitados de acordo com prescrição médica, por isso é importante consultar um especialista.
Cirurgias
As principais cirurgias realizadas nos pacientes com rinite são: turbinectomia e septoplastia. De acordo com DallAgnese, a rinite desencadeia no nariz o aumento dos cornetos inferiores, estruturas que servem para filtrar o ar. Em casos de rinite intensa, esse aumento de tamanho passa a bloquear a passagem do ar. Nesse ponto, o mais indicado é uma retirada parcial dos cornetos e posteriormente manter o tratamento com medicamentos.
Ela ainda esclarece que as cirurgias também são indicadas quando há um desvio de septo obstrutivo, pois a correção causa uma melhora na respiração do nariz, além de facilitar a entrada de medicamentos na mucosa nasal.
Tem cura?
Os especialistas afirmam que a cura depende da causa da doença. Se a causa da rinite não alérgica for por medicamentos ou produtos químicos que possam ser retirados, existe grande chance de resolução. Se a causa for hormonal, a rinite não alérgica se apresenta em períodos de exacerbação e acaba melhorando.
Prevenção
A higiene do ambiente é muito importante, tanto para pacientes alérgicos e não alérgicos. Os especialistas Dolci e DallAgnese listaram algumas dicas para quem sofre de rinite não alérgica, confira:
- Evitar contato com produtos químicos
- Evitar o uso de ar condicionado
- Manter o ambiente arejado, limpo e umidificado
- Fazer lavagem nasal com soro fisiológico 2 vezes ao dia
- Beber água de forma fracionada (meio copo de água de hora em hora)
- Se proteger do frio.
Convivendo (Prognóstico)
Segundo o especialista Eduardo Dolci existem medidas que ajudam a conviver melhor com o quadro:
- Lavagens nasais com soluções salinas para umidificação das vias respiratórias
- Ingestão de bebidas quentes, que ajudam na hidratação e que asseguram uma melhora na fluidificação das secreções nasais.
Alimentos para rinite não alérgica
Dolci também indica alguns alimentos que podem ajudar quem sofre de rinite não alérgica. Confira!
Líquidos, chás e sopas: Esses ajudam a drenar os seios da face e diluir o muco;
Laranja, limão, tangerina, abacaxi, uva, amora preta e morangos: Esses alimentos são ricos em vitamina C, substância com propriedades anti-inflamatórias;
Peixes: São outra boa opção, pois o ômega 3 auxilia no combate as inflamações e, ainda, protege as vias aéreas.
Complicações possíveis
A complicação mais frequente é a sinusite, tanto aguda quanto crônica. Ela ocorre pela inflamação e inchaço da mucosa nasal, que não permite o fluxo natural das secreções. Quando as secreções ficam acumuladas, podem ser um meio para crescimento de bactérias. Se não for feito um tratamento adequado, a sinusite pode se tornar crônica, necessitando de cirurgia. Além de causar alterações na qualidade de vida, no sono e nas atividades profissionais.
Saiba mais: Diferencie os sintomas da rinite e da sinusite
Referências
Otorrinolaringologista Samanta DallAgnese - CRM 137576 SP
Otorrinolaringologista Eduardo Landini Lutaif Dolci, especialista da Clínica Dolci (SP) - CRM 120642 SP
Clínica Mayo – organização sem fins lucrativos dos Estados Unidos que reúne conteúdos sobre doenças, sintomas, exames médicos, medicamentos, entre outros.