Médico formado pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC), com pós-graduação em Oftalmologia pela Universidade Estadual...
iManuela Pagan é jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero (2014) e em fisioterapia pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2008).
iO que é Conjuntivite alérgica?
A conjuntivite alérgica é a inflamação da conjuntiva, a membrana que cobre a parte branca dos olhos e o interior das pálpebras, e ocorre devido à exposição de alérgenos transportados pelo ar, como pólen, poeira e outros.
Sua gravidade é variável, podendo se caracterizar como aguda, intermitente (sazonal) ou perene. Ou seja, pontual, com intervalos entre suas manifestações ou constantes.
Embora possa se manifestar isoladamente, a conjuntivite alérgica costuma estar relacionada a outras doenças como asma, rinite alérgica e dermatite atópica. Além disso, é muito comum que membros da mesma família apresentem os sintomas.
Tipos
Há três tipos de conjuntivite alérgica:
- Conjuntivite alérgica sazonal: causada por esporos de mofo e pólen. Seu pico é durante a primavera, final do verão ou início do outono e desaparece durante os meses de inverno;
- Conjuntivite alérgica perene (conjuntivite atópica, ceratoconjuntivite atópica): causada por ácaros, poeira, pelos de animais e outros alérgenos não sazonais. Pessoas com esse tipo de conjuntivite alérgica podem apresentar sintomas durante todo o ano;
- Ceratoconjuntivite vernal: é o tipo mais grave da conjuntivite alérgica. É mais comum em homens com 5 a 20 anos que também têm eczema, asma e alergias sazonais. Normalmente reaparece a cada primavera e desaparece no outono e inverno. Muitas crianças superam a doença ao alcançar a idade adulta.
Diferente das conjuntivites viral e bacteriana, a conjuntivite alérgica não é contagiosa. Ou seja, não transmite de pessoa para pessoa.
Sintomas
Os sintomas mais comuns da conjuntivite alérgica são:
- Coceira (prurido) em ambos os olhos de forma leve a moderada;
- Vermelhidão dos olhos (hiperemia);
- Fotossensibilidade;
- Inchaço nos olhos (edema palpebral);
- Secreção aquosa ou gelatinosa.
Em alguns casos, é possível que a pessoa apresente também rinite. Em casos mais graves, é possível apresentar uma intolerância à luz (fotofobia).Normalmente, em casos de conjuntivite alérgica, os dois olhos apresentam os sintomas, mas pode haver uma diferença de intensidade. Além disso, embora vermelhos, não há a presença de dor, no máximo uma leve ardência.
Diagnóstico
Para saber se a conjuntivite é alérgica, não basta observar os sintomas. É preciso que um oftalmologista avalie o histórico clínico do paciente, já que comumente eles apresentam alergias.
Exames
Na grande maioria das vezes não é necessário um exame complementar. Na conjuntivite alérgica, há eosinófilos nos raspados conjuntivais, que podem ser retirados da conjuntiva, mas esses exames são raramente indicados.
No entanto, para descobrir a causa da alergia, pode-se sugerir um teste de alergia na pele ou no sangue.
Tratamento
Embora não seja necessário, o tratamento da conjuntivite alérgica pode ser feito com o uso de colírio ou comprimidos.
Além disso, certos cuidados como o ambiente podem auxiliar a dar fim à alergia. Para evitar o agravamento dos sintomas, sugere-se não esfregar os olhos. Além disso, compressas frias e lágrimas artificiais refrigeradas podem dar mais conforto aos olhos.
Medicamentos
Os medicamentos mais usados para o tratamento de conjuntivite alérgica são colírios e comprimidos.No caso dos colírios, há as opções:
- Colírios que contêm anti-histamínicos e vasoconstritores: com indicação de uso de curto prazo, pois podem piorar a longo prazo, devem ser usados por no máximo duas semanas. São mais indicados para casos agudos e de curta duração;
- Colírios que contêm anti-histamínicos com estabilizadores de mastócitos: são mais modernos que os anteriores e úteis no tratamento das formas agudas, sazonais ou perenes. Seu efeito máximo é atingido após o uso por duas semanas. Podem ser usados de forma preventiva, quando o paciente saber que entrará em contato com algum alergênico no dia seguinte;
- Colírios que contêm corticoides: eficazes contra os sintomas, só podem ser usados por duas semanas, pois podem causar efeitos colaterais graves.
Já o tratamento oral pode ser realizado com anti-histamínicos em comprimidos, como fexofenadina, tratando também outros sintomas alérgicos além da conjuntivite. Ainda assim, os colírios tendem a ser mais eficazes e rápidos.
Tem cura?
Não há cura para a conjuntivite alérgica. Ainda assim, é possível diminuir a sua intensidade e crises ao tomar certos cuidados no dia a dia.
Saiba mais: Como prevenir a conjuntivite
Convivendo (Prognóstico)
Certos cuidados tendem a tornar as crises mais espaçadas e leves. São eles:
- Evitar o acúmulo de pó, em cortinas, carpetes, bichos de pelúcia, travesseiros e colchões;
- Não usar lentes de contato, já que permitem que os alérgenos grudem em sua superfície;
- Varrer a casa com auxílio de pano úmido, para não levantar a poeira;
- Não coçar o olho;
- Evitar ambientes com tapetes ou carpetes;
- Forrar travesseiros e cobertores para não ter contato com lã;
- Evitar contato com plantas e animais;
- Evitar focos de mofos ou locais úmidos.
Se a conjuntivite alérgica se tornar crônica e não for tratada, poderá ocorrer opacificação da córnea com perda da acuidade visual, podendo levar até à cegueira.