Formado pela Faculdade de Medicina da USP - Ribeirão Preto. Residência Médica em Ortopedia e Traumatologia na Santa Casa...
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O que é Paralisia muscular?
A paralisia muscular ocorre quando um grupo muscular não se contrai promovendo o movimento normal deste segmento. Quando um grupo muscular reduz ou perde a capacidade de contração, a pessoa não é capaz de operar adequadamente a parte afetada do corpo e resulta na perda total ou parcial de realizar um determinado tipo de movimento.
Normalmente, o problema pode ser indicativo de uma doença mais grave do nervo (neuropatia) ou do músculo (miopatia) ou de ambos. Frequentemente é sintoma de doenças graves no corpo como uma lesão séria, overdose de drogas ou coma.
A paralisia muscular pode ser decorrente da falta de alguns elementos importantes para o bom funcionamento dos nervos e músculos como vitaminas do complexo B, potássio, manganês, magnésio entre outros. Dependendo do motivo, a paralisia poderá ser temporária enquanto o fator causador estiver presente ou permanente se os nervos e músculos estiverem danificados.
Causas
A paralisia muscular pode ser causada por doenças do próprio músculo ou do sistema nervoso, como danos nos nervos, medula espinhal, lesão do nervo ou lesão cerebral.
As doenças do sistema nervoso que causam paralisia muscular são:
- Esclerose lateral amiotrófica
- Paralisia de Bell
- Botulismo
- Síndrome de Guillain-Barré
- Miastenia grave
- Neuropatia
- Intoxicação por toxina paralítica de moluscos
- Paralisia periódica
- Lesão do nervo focal
- Poliomielite
- Lesão na medula espinhal
- AVC.
Saiba mais: AVC: pacientes podem minimizar sequelas da doença
As doenças dos músculos que levam a paralisia muscular são:
- Miopatias congênitas
- Dermatomiosite e poliomiosite
- Distrofia muscular
- Miopatia induzida por drogas
- Miopatia associada ao álcool.
Tipos
Existem diversos tipos de paralisias musculares, sendo que ela pode ser dividida em duas categorias (quanto ao segmento afetado em): parcial ou total. A paralisia muscular parcial afeta somente uma parte do corpo e é o principal sintoma de vítimas de derrames ou lesão raquimedular.
Já a paralisia muscular total afeta o corpo inteiro e é frequente em pessoas com lesões na medula espinhal graves em lesões completas da coluna cervical ou doenças da medula espinal como a seringomielia ou esclerose lateral amiotrófica que destroem as células nervosas da medula e progressivamente levam a paralisia total dos segmentos afetados.
Quando a paralisia muscular afeta os quatro membros tanto a metade superior como a inferior do corpo se denomina tetraplegia, já nas situações em que somente a metade inferior do corpo é afetada há a paraplegia. A paralisia muscular também pode ser temporária ou permanente.
Exames
A localização da paralisia muscular, a quantidade de áreas afetadas e outros sintomas podem ajudar o médico a diagnosticar a causa da paralisia muscular. Após uma avaliação física, seu médico poderá pedir os seguintes exames:
- Biópsia do músculo
- Biópsia do nervo
- Ressonância magnética
- Eletroneuromiograia
- Hemograma
- Punção lombar
- Mielografia.
Na consulta médica
Especialistas que podem diagnosticar uma paralisia muscular são:
- Clínico geral
- Ortopedista
- Neurologistas
- Neurocirurgiões
- Fisiatras
- Geriatras ou Pediatras.
Buscando ajuda médica
É preciso buscar ajuda médica imediatamente diante da paralisia muscular. Caso observe o enfraquecimento dos músculos, que pode se manifestar através da dificuldade para realizar tarefas corriqueiras, dificuldades para andar, subir ou descer escaladas ladeiras, carregar peso, dirigir, escrever ou qualquer atividade da vida diária, procure um médico.
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Tratamento
Mesmo com o tratamento, algumas paralisias musculares podem permanecer parcialmente ou totalmente. O prognóstico depende da causa e da gravidade da paralisia muscular. As opções de tratamento são adaptadas às necessidades específicas do paciente e também as causas do problema.
A conduta será baseado no diagnóstico e dependendo da causa, o tratamento deverá ser conduzido por uma esquipe multidisciplinar que envolve neurologista, neurocirurgião, ortopedista, fisiatra, psicólogo, fisioterapeuta, educador físico, terapeuta ocupacional, especialista em dor e outros profissionais dependendo da deficiência que o paciente apresente. Pode se tornar um deficiente com grande, moderada ou leve dependência para as atividades da vida diária e para o trabalho.
Pode necessitar de acompanhamento permanente desta equipe multidisciplinar associado a:
- Medicamentos
- Fisioterapia
- Hidroterapia
- Terapia ocupacional
- Cirurgias
- Estimulação elétrica funcional
- Órteses e próteses
- Bloqueios com Botox
- Bloqueios nervosos ou radiculares.
Convivendo (Prognóstico)
Após o devido tratamento médico, algumas atitudes no cotidiano podem ser interessantes. São elas:
- Siga os tratamentos prescritos
- Fazer atividade física orientada pelos médicos e fisioterapeutas
- Caso a paralisia muscular leve a dificuldades para mastigar ou engolir, opte por alimentos moles ou use sonda nasogástrica
- Caso a paralisia prejudique as pálpebras e leve a dificuldades para abrir e fechar os olhos pode ser necessário usar uma proteção em cima dos olhos
- Talas (órteses) ajudam a prevenir contratura muscular
- Imobilidade a longo prazo pode causar sérias complicações. Por isso é importante que a pessoa mude de posição frequentemente, cuide da sua pele e faça exercícios de amplitude de movimento a fim de manter algum tônus muscular
- Use colchão tipo “casca de ovo” que pode ser o mais adequado
- Procure não engordar.
Referências
Texto revisado pelo Dr. Gilberto Hiroshi Ohara, médico ortopedista do Centro de Qualidade de Vida de São Paulo. Formado pela Universidade de São Paulo (USP) de Ribeirão Preto, SP, especializado em cirurgia de mão pela Santa Casa de São Paulo. Membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – SBOT. CRM:28428/SP.
Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos.