Médico graduado em 2005 pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Realizou, por 2 anos, residência em Clínica...
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O que é Pneumonia bacteriana?
A pneumonia bacteriana é a infecção das vias aéreas inferiores do trato respiratório causada pela proliferação desordenada de bactérias no pulmão. Acomete normalmente pessoas com imunidade frágil — como idosos e crianças, além de pacientes com doenças pulmonares ou cardiovasculares. A doença provoca sintomas como tosse com catarro, febre alta, falta de ar e confusão mental.
A pneumonia bacteriana é contagiosa?
A maioria dos casos de pneumonia bacteriana não é contagiosa. Algumas das bactérias causadoras da doença, como a Haemophilus influenzae e a Klebsiella pneumoniae, não são habitualmente transmitidas de uma pessoa para outra.
Contudo, em algumas situações, bactérias como o Streptococcus pneumoniae podem ser contagiosas — embora não seja a forma mais comum de contaminação. Nesses casos, crianças pequenas e pacientes imunossuprimidos podem adquirir a doença pelo contato próximo e prolongado com pessoas infectadas.
Causas
A pneumonia bacteriana é causada pela inalação de bactérias pelas vias respiratórias superiores. No pulmão, a multiplicação desses agentes afeta as unidades de troca gasosa, como bronquíolos respiratórios e alvéolos. Os principais agentes causadores da doença são as bactérias Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae.
Na maioria dos casos, elas já habitualmente colonizam a cavidade nasal ou a orofaringe. Quando a imunidade está forte, as bactérias são impedidas de migrar para o pulmão. Porém, como consequência da diminuição da imunidade, elas conseguem atravessar a barreira de defesa e chegar ao tecido pulmonar.
Transmissão da pneumonia bacteriana
A transmissão da pneumonia bacteriana pode acontecer após o contato com gotículas de saliva ou muco de pessoas infectadas — mas essa via é uma das menos comuns e só ocorre para alguns tipos de bactérias. Normalmente, o paciente desenvolve a doença por entrada acidental de bactérias no pulmão pelas vias respiratórias superiores, por engasgamento com alimento ou em função do agravamento de uma gripe ou resfriado.
Além disso, a transmissão pode ocorrer em locais do cotidiano, mas ambientes hospitalares apresentam maiores condições de contaminação. Nesses casos, para os pacientes internados, especialmente aqueles com quadro grave e que necessitam de internação em Unidades de Terapia Intensiva, há o risco de superinfecção por bactérias hospitalares, que são mais resistentes aos antibióticos.
O sistema imunológico enfraquecido pelo problema anterior também facilita o desenvolvimento de infecções bacterianas, o que é agravado pelo uso de dispositivos invasivos, tais como a ventilação mecânica.
Sintomas
Os principais sintomas da pneumonia bacteriana incluem:
- Tosse com catarro
- Mal-estar
- Febre alta
- Confusão mental
- Falta de ar
- Cansaço
- Alterações da pressão arterial
- Fraqueza
- Secreção de muco purulento de cor amarelada ou esverdeada
Diagnóstico
O diagnóstico da pneumonia bacteriana é feito por um clínico geral ou médico pneumologista, que poderá solicitar os seguintes exames:
- Raio X do tórax: ajuda o especialista a diagnosticar pneumonia e determinar a extensão e a localização da infecção. No entanto, não pode informar sobre o tipo de germe que causa a pneumonia
- Tomografia computadorizada do tórax: se a pneumonia não estiver limpando o mais rápido possível, o especialista pode recomendar o exame para obter uma imagem mais detalhada dos pulmões
- Exame de sangue: são utilizados para confirmar uma infecção e para tentar identificar o tipo de organismo que causa a infecção. No entanto, a identificação precisa nem sempre é possível
- Exame de catarro: uma amostra de fluido de seus pulmões (escarro) é pomada após tosse profunda e analisada para ajudar a identificar a causa da infecção
Fatores de risco
A imunidade frágil e a presença de doenças pulmonares e respiratórias são alguns dos principais fatores de risco para a pneumonia bacteriana. A presença de gripe e de outras viroses respiratórias também aumenta o risco da doença, uma vez que provocam a inflamação das vias aéreas, atrapalhando o funcionamento das células de defesa do organismo e favorecendo a invasão do pulmão por bactérias.
Saiba mais: A gripe pode virar pneumonia? Especialista explica
No caso da pneumonia bacteriana, é comum que a doença se manifeste dias após o início dos sintomas de gripe. Nesses casos, o que costuma ocorrer é que o paciente, um tempo depois do quadro de virose, começa a apresentar uma melhora da gripe, mas subitamente volta a piorar — apresentando os sintomas da pneumonia, como febre, cansaço e agravamento da tosse.
Outros fatores de risco podem contribuir para a infecção, tais como:
- A presença de lesão pulmonar por problema cardíaco ou respiratório
- Pacientes renais crônicos
- Quadro de gripe
- Pessoas com câncer
- Exposição constante a ambientes tóxicos e cigarro
- Doenças hepáticas e hematológicas
- Pacientes oncológicos.
Tratamento
O tratamento da pneumonia bacteriana pode ser feito em casa, com repouso e a partir da administração de antibióticos, seguindo a orientação médica. Amoxicilina, azitromicina e claritromicina são os medicamentos mais recomendados no tratamento das pneumonias comunitárias (em que a transmissão ocorreu em locais cotidianos), que comprometem pessoas previamente saudáveis.
Em casos mais graves, em que a pneumonia bacteriana está mais avançada, pode ser necessária a internação — especialmente se tratando de crianças, idosos ou caso haja a presença de alterações clínicas decorrentes da própria pneumonia, como o comprometimento da função dos rins e da pressão arterial e a dificuldade respiratória.
O quadro de recuperação varia conforme o estado de saúde do paciente antes de ser diagnosticado. Pessoas mais jovens e saudáveis normalmente respondem melhor ao tratamento. Já pessoas na meia idade ou idosos com doenças preexistentes podem levar um tempo mais longo para se recuperar.
Pneumonia bacteriana é grave?
Se não tratada adequadamente, a pneumonia bacteriana pode levar à insuficiência respiratória aguda e evoluir para um quadro de infecção generalizada (sepse), que pode causar a morte do paciente.
Prevenção
Manter hábitos de higiene, evitar aglomerações e não fumar são as principais formas de prevenção da pneumonia bacteriana. É importante também manter a carteira de vacinação atualizada. Existem vacinas disponíveis para a pneumonia pneumocócica no Brasil que, mesmo não sendo capazes de prevenir todos os casos de pneumonia, podem evitar as formas mais graves.
Além disso, segundo o Ministério da Saúde, a vacinação contra a gripe reduz bastante as hospitalizações por pneumonias e a mortalidade global pela doença. A vacina pode ajudar a prevenir a pneumonia em crianças, idosos ou pessoas com diabetes, asma, enfisema, HIV, câncer ou outras condições com efeitos a longo prazo.
Referências
Marcos Francis, especialista em doenças pulmonares e doenças do sono - CRM 138476