NAMORO 1 RAPAZ DE 25 ANOS, QUE TEM TRANSTORNOSO BIPOLAR. PRETENDEMOS NOS CASAR EM BREVE. O Q EU POSSO FAZER P AJUDAR E VIVERMOS TRANQUILOS? Respostas dos nossos especialistas

Muito já se escreveu e falou sobre o transtorno bipolar (TB), mas ainda poucas pessoas sabem realmente do que se trata e os danos causados por esse transtorno. Sabem ainda menos como agir e ajudar essas pessoas, sobretudo os familiares devido à dificuldade para lidar com a instabilidade de humor da pessoa. A pessoa com TB é caracterizada por alteração do humor ou do afeto, no sentido de uma euforia ou de uma depressão. A fase de euforia pode durar uma semana ou mais, a pessoa se manifesta com comportamento artificial e patológico de satisfação e felicidade. É observado uma aceleração do curso do pensamento, vivacidade de mimica facial, aumento da gesticulação etc, enquanto a fase depressiva que pode durar duas semanas ou meses, caracteriza-se por comportamentos de profunda apatia, desinteresse, perda de prazer, fadiga, sentimento de desvalorização, isolamento, pensamento suicida. Os sintomas são intensos, causando grandes prejuízos e sofrimentos a pessoa e aos familiares. A pessoa com TB que não segue o tratamento coloca em risco a harmonia familiar, o relacionamento íntimo, a vida profissional, o patrimônio material, a sua segurança como também a das pessoas de sua convivência.Quem tem TB pode levar uma vida normal e com qualidade desde que siga o tratamento que é medicamentoso e psicoterápico. A medicação geralmente é o estabilizador do humor, lítio e os antidepressivos, e deve ser seguida sempre com orientação médica. Já a psicoterapia tem a função de ajudar a pessoa a se conhecer melhor e a entender o seu funcionamento emocional, a diferenciar os estados de humor normais dos patológicos, a tomar consciência do que muda em sua vida durante a depressão ou na fase de euforia, o modo como vê a si e aos outros, e o futuro. O envolvimento dos familiares e dos parceiros é de extrema importância no tratamento. Essa importância vai desde a contribuição para um diagnóstico preciso como também durante todo o tratamento, vale ressaltar que não se fala em cura, mas controle. Aqui está o fundamental papel da família e companheiros que é ajudar a pessoa a seguir o tratamento, apoiar nos momentos difíceis; sendo firme e tendo paciência. Isso porque o relacionamento com a pessoa com TB em euforia pode ser desgastante; a família e parceiros podem ajudar a detectar os primeiros sinais de uma recaída, é importante que se faça um acordo com a pessoa para que ela possa autorizar intervenções da família durante as crises, isso o ajudara a não se sentir invadido, o psicólogo pode ajudar nessa negociação; a família também pode ajudar a pessoa a manter boa higiene do sono e programar suas atividades antecipadamente; é muito importante não exigir demais da pessoa com TB e não a superproteger; auxilie-a a fazer algumas atividades, quando necessário; durante fases de normalidade do humor, estabeleça junto com a pessoa com TB regras que o proteja, como retenção de cheques e cartões de crédito em fase de mania; evite demonstrar sinais de preconceito que favoreçam ao abandono do tratamento. Enfim, procure ajuda psicológica para o paciente e para a família: psicoterapia, terapia familiar em grupo, conjugal e orientações. A pessoa com TB exige muito, e pode ser desgastante, por isso, os familiares, companheiros ou cuidadores não podem deixar de se cuidar, caso não façam isso por si mesmos, correm o risco de desenvolverem algum tipo de transtorno mental.