Possui graduação em medicina pela Universidade São Francisco, residência médica em infectologia pediátrica e em pediatri...
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O que é Bronquiolite obliterante?
A bronquiolite obliterante é uma doença pulmonar crônica causada por lesões nas células do trato respiratório decorrentes de uma inflamação ou infecção prévia. Essa lesão causa a morte de células e deixa cicatrizes, o que dificulta a passagem de ar. Com isso, surgem sintomas como dificuldade para respirar, tosse persistente e falta de ar.
Em caso de infecções respiratórias agudas recorrentes, ou um quadro grave que leva à complicações respiratórias, o número de cicatrizes aumenta, obstruindo os bronquíolos (pequenos canais do pulmão). Além disso, essa cicatrização pode levar a uma condição chamada fibrose.
“Ela estreita o seu calibre e, consequentemente, dificulta a respiração pela obstrução do fluxo de ar. É uma doença rara, pode ocorrer em qualquer faixa etária, sendo a pediátrica a mais acometida”, explica Claudia Maekawa Maruyama, infectologista na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo.
A seguir, vamos explicar com mais detalhes o que é bronquiolite obliterante, suas causas, principais sintomas e como tratar essa doença. Confira!
Causas
As causas mais comuns para o surgimento da bronquiolite obliterante são as infecções do trato respiratório, principalmente as causadas pelo adenovírus, como bronquite e pneumonia. Porém, outros vírus também podem levar a essa complicação, como influenza, parainfluenza, vírus sincicial respiratório, metapneumovírus, vírus da varicela e sarampo.
Além disso, segundo a infectologista, a bronquiolite obliterante também pode ocorrer por bactérias como: Mycoplasma pneumoniae, Legionella pneumophila e Bordetella pertussis, por inalação de substâncias tóxicas, doenças como artrite reumatoide, após transplante de medula óssea ou pulmonar e reação a fármacos.
Sintomas
Os sintomas da bronquiolite obliterante são semelhantes aos de uma infecção respiratória e incluem:
- Tosse
- Febre
- Chiado no peito
- Aumento da frequência respiratória
- Esforço respiratório
- Dificuldade para respirar
Segundo Claudia, nas infecções agudas, esses sintomas duram em média de 7 a 10 dias. “Quando os sintomas persistem por mais de 15 dias, ou a evolução da doença não é habitual, a possibilidade de bronquiolite obliterante deve ser investigada”, afirma a especialista.
Diagnóstico
O diagnóstico da bronquiolite obliterante é feito através da avaliação dos sintomas. Além disso, alguns exames podem ajudar a identificar o quadro, sua causa e a gravidade.
O médico pode recomendar a realização de tomografia para bronquiolite obliterante, realizada para avaliar a região do tórax, e da cintilografia pulmonar. Testes de função pulmonar também podem indicar obstrução das vias aéreas e, por fim, a biópsia pulmonar pode dar o diagnóstico definitivo da doença.
Fatores de risco
Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de bronquiolite obliterante são:
- Prematuridade
- Infecção pulmonar que leva a necessidade de ventilação mecânica
- Doenças reumáticas, como artrite reumatoide
- Histórico de transplante de medula óssea
- Histórico de transplante pulmonar
Buscando ajuda médica
Ao notar que os sintomas de uma infecção respiratória aguda não cessam após 10 dias ou que eles se agravaram, é fundamental buscar ajuda médica para investigar a causa e entender se há a possibilidade de ser uma bronquiolite obliterante. Entre as especialidades que podem identificar e tratar o quadro estão:
- Pneumologista
- Infectologista
- Pediatra
Tratamento
O tratamento da bronquiolite obliterante visa melhorar a qualidade respiratória e prevenir episódios de falta de ar. Para isso, são necessários algumas medidas, como:
- Uso de medicamentos anti-inflamatórios, broncodilatadores e corticosteroides inalatórios ou orais
- Fisioterapia respiratória, para fortalecimento da musculatura respiratória e para evitar acúmulo de secreções
- Oxigenoterapia
- Transplante pulmonar, em casos mais graves
- Uso de antibióticos, caso surjam infecções bacterianas durante o curso da doença.
Além disso, é fundamental tomar algumas medidas para evitar o agravamento do quadro, como manter as vacinas atualizadas, suspender o tabagismo, evitar o tabagismo passivo e manter um hábito de vida saudável.
Tem cura?
Não, a bronquiolite obliterante não tem cura. “Por isso, é importante o acompanhamento regular com o médico especialista e seguir os cuidados para evitar crises e infecções pulmonares”, afirma Claudia.
Referências
Jornal de Pediatria da Sociedade Brasileira de Pediatria
Residência Pediátrica da Sociedade Brasileira de Pediatria