Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto - Universidade de São Paulo (FMRP), especialista em gi...
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O que é Herpes genital?
O herpes genital é uma infecção sexualmente transmissível (IST) causada pelo vírus do herpes simples tipo 2 (HSV-2). A doença ataca as membranas mucosas da região genital de homens e mulheres, provocando lesões dolorosas, que se assemelham a bolhas nas partes íntimas, gerando coceira.
O herpes genital masculino é caracterizado por lesões no pênis, saco escrotal, coxas e na uretra. Também podem aparecer lesões nas nádegas, na boca e no ânus. Já o herpes genital feminino causa bolhas na vagina, na vulva e, em alguns casos, no colo do útero.
A doença é extremamente comum: estima-se que 20% a 30% da população adulta esteja contaminada pelo vírus do herpes genital. Além de ser altamente contagiosa, a doença possui um período assintomático e muitas pessoas podem portar o vírus sem saber e, consequentemente, contaminar outras pessoas.
Causas
A transmissão do herpes genital acontece através do contato sexual desprotegido com uma pessoa que possui a doença. O contágio é mais comum quando a crise está ativa, ou seja, quando há lesões, bolhas ou erupções visíveis.
No entanto, é possível pegar herpes genital mesmo quando não há lesões visíveis. Isso acontece porque, após a infecção, o vírus pode ficar inativo no organismo, durante um período chamado de “latência”. A reativação é causada por fatores como queda na imunidade, estresse e alterações hormonais, levando ao aparecimento das lesões.
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Sintomas
Sintomas de herpes genital
Na primeira infecção, os sintomas de herpes genital podem aparecer entre quatro e sete dias após o contato com o vírus. No momento da crise ativa, alguns sinais podem ser percebidos, como:
- Dores e irritação no local infectado
- Manchas vermelhas e pequenas bolhas esbranquiçadas
- Úlcera na região dos genitais, que podem até mesmo sangrar e causar dor ao urinar
- Cascas que se formam quando as úlceras cicatrizam
- Ardor na região genital
- Desconforto e aumento da sensibilidade no local afetado
- Coceira
Além disso, nos primeiros dias após o contágio, a pessoa infectada pode apresentar sintomas muito parecidos com os da gripe, como:
- Apetite reduzido
- Febre
- Mal-estar geral
- Dores musculares na parte inferior das costas, nádegas, coxas ou joelhos.
Após a primeira infecção, o vírus permanece “dormente” no organismo, podendo ser reativado diante de fatores como estresse físico ou emocional, mudanças hormonais ou fragilidade no sistema imunológico. Essa crise pode ser menos intensa do que a primeira.
Diagnóstico
Na maioria das vezes, um exame físico pode bastar para o diagnóstico de herpes genital. Porém, o médico pode optar também por realizar alguns exames para certificar-se de que acertará no diagnóstico, como:
- Cultura de vírus: neste procedimento, o especialista coletará uma amostra da ferida causada por herpes e levará para análise de laboratório
- Exame de reação de polimerase em cadeia: conhecido como PCR, por causa da sigla em inglês, este exame faz um esboço do DNA do paciente por meio da análise de uma pequena amostra da ferida presente na genitália. A partir deste DNA, o médico poderá dizer se há presença de vírus causador do herpes ou não
- Exame de sangue: os resultados do exame de sangue mostraram se há presença ou não de anticorpos contra os vírus do herpes genital, indicando se houve infecção no passado
O diagnóstico pode ser feito por clínico geral, urologista ou ginecologista. Caso o resultado seja positivo, converse imediatamente com seu parceiro ou parceira para que ele ou ela possa realizar os exames também. É essencial iniciar o tratamento precocemente para evitar futuras complicações.
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Tratamento
Tratamento para herpes genital
O tratamento para herpes genital é feito por meio de medicamentos antivirais, que aliviam a dor e o desconforto causados durante uma crise, curando as lesões com maior rapidez.
Para crises recorrentes, comece a tomar o medicamento assim que o formigamento, a queimação ou a coceira começar ou assim que você notar o aparecimento de bolhas. Quem tem crises recorrentes pode tomar esses medicamentos diariamente durante um tempo. Isso pode ajudar a evitar crises e a diminuir sua duração, além de reduzir a chance de transmitir herpes para outra pessoa.
Remédios caseiros
De acordo com o infectologista Claudio Gonsalez, as práticas caseiras para o tratamento do herpes não são consideradas dentro da medicina convencional. Isso porque não possuem comprovação de serem seguras. No entanto, o especialista indica que existem práticas caseiras que podem contribuir para o alívio da dor, porém, é necessário aprovação do médico.
Entre os remédios caseiros para herpes genital mais indicados popularmente estão o extrato de própolis, alho, óleo de rícino e chá de camomila.
Medicamentos
Os remédios para herpes genital mais utilizados durante o tratamento são:
Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e da bula.
Tem cura?
Herpes genital tem cura?
O herpes genital não tem cura. Porém, o tratamento pode ajudar a evitar a recorrência da doença e impedir que ela cause complicações mais graves e que se espalhe pelo corpo. O acompanhamento médico pode, também, agir para amenizar os sintomas e para não transmitir herpes para outras pessoas.
Prevenção
A melhor forma de prevenção de herpes genital e de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) é fazendo uso de preservativos durante atos sexuais. Se você tem herpes, você deve conversar com seu parceiro sexual. O uso de preservativos pode ajudar a reduzir esse risco, mas não vai se livrar completamente do risco.
Ter feridas ou outros sintomas do herpes pode aumentar seu risco de propagação da doença. Mesmo que não tenha sintomas, você ainda pode infectar seus parceiros sexuais. Se seu parceiro ou parceira estiver infectado com herpes, é melhor evitar qualquer tipo de contato sexual até que a doença esteja sob controle.
Convivendo (Prognóstico)
Alguns cuidados básicos podem ajudar o paciente a lidar melhor com a doença, curar as lesões mais rapidamente e impedir sua recorrência, como:
- Não usar meias-calças, roupas íntimas ou calças de nylon ou de outros materiais sintéticos
- Optar por roupas de algodão confortáveis
- Lavar a região suavemente com água e sabonete neutro
- Tomar banhos mornos para aliviar a dor (depois do banho, mantenha as bolhas secas)
- Manter uma boa alimentação e uma rotina de atividades físicas para manter o sistema imunológico fortalecido
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Complicações possíveis
Se não tratado, o herpes genital pode acarretar em consequências sérias à saúde, como:
- Infecção de recém-nascidos: ocorre por meio do contato do bebê com o vírus durante o trabalho de parto. O contágio de herpes por bebês recém-nascidos pode resultar em danos cerebrais, cegueira e pode levar até mesmo à morte em casos mais severos
- Problemas de bexiga: resultantes da presença de feridas na região da uretra, obstruindo-a e impedindo a saída da urina. Nesses casos, é necessário o uso de um cateter para fazer a drenagem da bexiga
- Meningite: a doença está entre as possíveis complicações do herpes genital, causada pela inflamação das membranas e do líquido cefalorraquidiano presente no sistema nervoso
- Retite: outro problema que pode ser causado é a retite, inflamação do reto provocada muitas vezes por sexo anal
- Infecções graves: algumas pessoas podem desenvolver infecções muito graves por herpes que abrangem cérebro, olhos, esôfago, fígado, medula espinhal ou pulmões. Essas complicações normalmente se desenvolvem em pessoas com um sistema imunológico enfraquecido, como aquelas que estão passando por quimioterapia, radioterapia ou que tomam doses altas de cortisona
Referências
Ministério da Saúde
Sociedade Brasileira de Dermatologia
Sociedade Brasileira de Infectologia
Hospital Israelita Albert Einstein
Centers for Disease Control and Prevention (CDC)