Sons pulmonares: o que indicam, tipos, causas e como tratar

O que é Sons pulmonares?

Sons pulmonares são ruídos produzidos pelas estruturas do pulmão durante o processo de inspiração e de exalação. Ocorrem na região do tórax e podem ser ouvidos com maior intensidade com um estetoscópio. A partir deles, é possível avaliar a saúde pulmonar e a respiração, identificando doenças respiratórias, como asma, gripe, bronquite e enfisema pulmonar.

“O paciente diz que ‘o peito está roncando’ ou ‘chiando’. Estes são os sons que o paciente geralmente percebe. Os demais, só o médico vai perceber no exame”, explica Irma de Godoy, pneumologista e presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

Causas

Causas de sons pulmonares

As causas mais comuns associadas aos sons pulmonares são as doenças respiratórias crônicas, como a asma e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), que inclui a bronquite crônica e o enfisema pulmonar. Tanto a asma como a DPOC podem ter como sintomas contínuos ou intermitentes a presença de chiado no peito e de roncos.

Segundo a pneumologista, isso ocorre devido a um estreitamento das vias aéreas, estruturas localizadas fora da cavidade torácica, responsáveis pelo transporte de ar até os pulmões, onde ocorrem as trocas gasosas que irão oxigenar o sangue.

“Quando há o estreitamento das vias aéreas, ocorrem os ruídos, ou por inflamação das vias aéreas ou por anormalidades anatômicas com alterações estruturais das vias aéreas. Esses ‘caninhos’ ficam inicialmente entupidos ou existe uma contração muscular que aperta esse ‘caninho’, que é o que ocorre, principalmente, na asma”, esclarece Irma.

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Outras doenças associadas aos sons pulmonares incluem:

• Bronquiectasia
• Doença pulmonar intersticial
• Obstrução das vias aéreas por corpos estranhos (OVACE)
• Pneumonia
• Edema pulmonar
• Traqueobronquite
• Insuficiência cardíaca
• Derrame pleural

Tipos

Tipos de sons pulmonares

Existem diversos tipos de sons respiratórios, mas quatro deles estão elencados entre os mais comuns e podem ajudar no diagnóstico. São eles:

• Estertores: os sons estertores parecem pequenos “cliques”. Acredita-se que os sons estertores ocorrem quando o ar abre as vias aéreas fechadas
• Roncos: os roncos ocorrem quando o ar é obstruído nas vias respiratórias. Ele é muito comum durante a noite, enquanto a pessoa está dormindo
• Estridor: o som estridor ocorre devido à obstrução do fluxo de ar na traqueia ou na parte posterior da garganta
• Sibilos: os sibilos são sons agudos produzidos por vias aéreas estreitas e muitas vezes podem ocorrer quando uma pessoa exala o ar de seus pulmões. Os sibilos são comumente ouvidos sem o auxílio de um estetoscópio

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Diagnóstico

Diagnóstico de sons pulmonares

O diagnóstico dos sons pulmonares é realizado através da avaliação dos sons internos emitidos pelo pulmão. Com o paciente sentado ou deitado em uma posição confortável, o especialista pode posicionar o estetoscópio em diferentes pontos e solicitar que a pessoa realize movimentos respiratórios, como inspirar e expirar. Assim, os sons podem ser devidamente identificados.

Buscando ajuda médica

Se o paciente apresentar dificuldade para respirar ou falta de ar, é importante buscar ajuda médica imediatamente. Estes podem ser sinais de condições de saúde graves e que necessitam de atendimento emergencial.

Em casos gerais, na ocorrência de qualquer som anormal ou estranho proveniente de seus pulmões, o indicado é procurar um médico, de preferência um pneumologista, para averiguar e fazer o diagnóstico do problema que está causando essas alterações.

“Quando alguém apresenta esses sintomas respiratórios, percebe que está ‘chiando’ ou tem ‘ronco pulmonar’, [...] nem sempre é perigoso, mas é um indicador de que tem uma doença respiratória, principalmente quando ocorre de forma crônica e não esporadicamente”, afirma Irma de Godoy.

Tratamento

Tratamento de sons pulmonares

O tratamento para os sons pulmonares vai depender do problema que os causou. A partir do diagnóstico, o pneumologista pode indicar a melhor forma de tratamento, seja asma, DPOC ou outras patologias. Segundo Irma de Godoy, os “ruídos” e “chiados” não são doenças de fato, mas manifestações de doenças que levam à obstrução de via aérea.

Por isso, somente um especialista capacitado pode dizer qual o medicamento mais indicado para cada caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. É importante seguir à risca as orientações médicas e nunca se automedicar e nem interromper o uso do medicamento sem consultar um especialista antes.

“A consulta médica com um especialista é extremamente importante porque durante o exame do pulmão desses pacientes o médico pode perceber outros sons, que são os sons que só se ausculta com o estetoscópio. O exame físico do pulmão vai revelar esses sons que podem indicar outras doenças, não só a asma e a DPOC”, finaliza a especialista.

Saiba mais: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC): o que é, sintomas e tratamento

Referências

Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia: entidade médica sem fins lucrativos, filiada à Associação Médica Brasileira (AMB), que reúne os profissionais da saúde respiratória para difundir ciência com responsabilidade social e lutar pela qualificação médica

Ministério da Saúde: órgão de saúde do Governo Federal Brasileiro

Mayo Clinic: organização sem fins lucrativos comprometida com a prática clínica, educação e pesquisa, fornecendo atendimento especializado e integral a todos que precisam de cura

Irma de Godoy, pneumologista e presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT), CRM 27721 SP