Letícia Isabela é psicóloga do Grupo Mantevida, psicopedagoga com especialização em Neuropsicologia, tem foco no olhar P...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iVocê já se pegou pensando: "não me sinto a melhor amiga de ninguém"? Embora essa reflexão possa trazer tristeza e frustração, não ser a “número um” na vida de uma amiga não significa que você tenha menos valor para ela.
Para saber como lidar com esse cenário da melhor forma possível e parar de sofrer com esse pensamento, o MinhaVida entrevistou a psicóloga Letícia Isabela, que deu algumas dicas para aceitar essa realidade de maneira saudável. Confira:
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"Não sou a melhor amiga de ninguém": veja como lidar com isso
Antes de qualquer coisa, é fundamental entender o que a amizade significa para você e o que essa relação é capaz de trazer de positivo. De acordo com a psicóloga Letícia Isabela, a autoestima e a autoaceitação estão diretamente ligadas à maneira como enxergamos e acolhemos nossos pensamentos e sentimentos referente as pessoas:
“A autoaceitação, em especial, envolve reconhecer suas qualidades e seus defeitos, considerando ambos como partes, muitas vezes, complementares" disse a profissional. Quando falamos de amizade, esse autoconhecimento é essencial, pois influencia diretamente a maneira como nos conectamos e damos suporte às pessoas ao nosso redor.
Por outro lado, é comum que, ao associarmos a palavra "melhor" a uma amizade, criemos uma espécie de hierarquia emocional, onde queremos nos destacar como os principais confidentes e referências na vida de alguém. Mas será que precisamos desse título para nos sentirmos importantes?
A verdade é que a amizade não depende de status, mas sim de afinidade, confiança e apoio mútuo. Como destaca Letícia: "Quando colocamos a palavra 'melhor' junto à amizade, direcionamos essa relação para uma posição de superioridade, onde acabamos nos colocando e colocando a outra pessoa como uma referência para suprir nossas necessidades".
Então, como podemos lidar com a ideia de não ser a melhor amiga de ninguém? A primeira etapa é refletir sobre o que você realmente espera das suas amizades. O que é fundamental para você em uma relação? Como você costuma expressar e receber apoio?
Talvez assim você perceba que já tem laços profundos e verdadeiros, mesmo que não carreguem o rótulo de "melhores amigos". "Perceba em suas relações como funciona o seu processo íntimo de confidência e apoio", sugere a psicóloga.
Como construir uma amizade saudável, mesmo não sendo a "melhor amiga"
Construir amizades saudáveis não precisa passar pela pressão de ser a “melhor amiga” de alguém. Na verdade, a busca por esse título pode acabar criando expectativas irreais e até nos impedir de enxergar o valor das relações que já temos.
A psicóloga explica que o primeiro passo para construir relações saudáveis é refletir sobre como essa pressão de querer ser “a melhor” pode estar nos afetando. “Ao nos colocarmos em busca de uma amizade que supra nossas necessidades por meio de uma intensidade maior, podemos acabar não reparando como nossas relações atuais estão configuradas.”
Para começar a construir amizades saudáveis, o ideal é entender e aceitar que nem toda amizade precisa ser exclusiva para ser significativa. Às vezes, a companhia tranquila e o apoio espontâneo já são suficientes. A psicóloga sugere que refletir sobre os espaços que ocupamos na vida das pessoas pode ajudar:
“Compreendendo e refletindo sobre nossas relações, é importante entender quais são os lugares que ocupamos na vida das pessoas ao nosso redor, para que possamos criar vínculos significativos e baseados na reciprocidade.”
Amizades saudáveis se sustentam na reciprocidade e no respeito mútuo. Em vez de tentar se sobressair ou querer sempre mais atenção, vale a pena cultivar as conexões que já existem, respeitando o tempo e os limites de cada uma delas.
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