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Entre a classe de remédios para emagrecer, a Sibutramina é um dos mais populares. "Ele atua no sistema nervoso central, em uma região do cérebro responsável pelo controle da fome e da saciedade", afirma a endocrinologista Camila Luhm, membro da Sociedade Latino-Americana de Tireoide.
Esse remédio é indicado, de acordo com Camila, como terapia adjuvante dentro de um programa de controle de peso para pacientes obesos com um índice de massa corpórea (IMC) maior que 30 kg/m2. "Porém, a sibutramina é indicada apenas após uma avaliação ou decisão médica e deve ser prescrita apenas para pacientes com obesidade", acrescenta a endocrinologista Maria Helane Gurgel, do Laboratório Exame de Brasília.
Como consumir Sibutramina
"A dose aprovada pela Anvisa é de 1 cápsula de 10 ou 15 mg pela manhã, em conjunto com uma dieta com déficit calórico", afirma Camila. A dosagem, assim como a indicação do tratamento, precisa ser determinada pelo médico especialista.
Riscos da Sibutramina
A Sibutramina não pode ser usada em associação com drogas que aumentem os níveis serotonina no cérebro - isso porque há risco de síndrome serotoninérgica - assim como também não deve ser usado em crianças e adolescentes.
Por fim, "a Sibutramina não deve ser usada sem a indicação médica, uma vez que pode gerar sérios problemas de caráter cardiovascular em pacientes de risco para o seu uso", ressalta Maria Helane.
Contraindicações da Sibutramina
"Esse medicamento não é indicado para tratamento da obesidade infantil, nem para adolescentes e idosos acima de 65 anos", destaca Camila. Outras contraindicações são histórico médico de:
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- Hipertensão não controlada adequadamente (níveis pressóricos acima de 145/90 mmHg)
- Doenças do coração como angina, infarto do miocárdio, insuficiência cardíaca e arritmia
- Doença cerebrovascular como acidente vascular cerebral (AVC) ou aneurisma cerebral
- Doença arterial periférica (problemas de circulação)
- Diabetes mellitus tipo 2 concomitante a doença coronariana ou fatores de risco para doença cardiovascular como hipertensão, dislipidemia (colesterol alto), tabagismo e doença nos rins
- História ou presença de transtornos alimentares, como bulimia e anorexia
- Doença psiquiátrica (depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, etc)
- Pacientes recebendo inibidores da monoaminoxidase.
Efeitos colaterais da Sibutramina
"A maior parte dos efeitos colaterais ocorre no início do tratamento com Sibutramina (durante as primeiras quatro semanas). Os efeitos, em geral, não são graves, e são reversíveis", explica Camila. Os mais comuns são:
- Constipação
- Boca seca
- Insônia
- Taquicardia ventricular (aceleração dos batimentos cardíacos)
- Palpitações
- Aumento da pressão arterial/hipertensão
- Náusea e vômitos
- Tonturas
- Cefaleia (dor de cabeça)
- Ansiedade/irritabilidade
- Sudorese (transpiração excessiva).
"O mais importante é a avaliação racional por parte do médico que vai prescrever a medicação, indicando para quem realmente precisa, respeitando as contraindicações. A sibutramina não é milagrosa e não substitui dieta e exercício", finaliza Camila.