Possui graduação em Medicina pela Universidade de São Paulo (1974), mestrado em Medicina (Neurologia) pela Universidade...
iJornalista com sete anos de experiência em redação na área de beleza, saúde e bem-estar. Expert em skincare e vivências da maternidade.
iPesquisadores do centro de cefaleia do Montefiore Medical Center confirmaram o que as mulheres com enxaqueca já sabiam: as crises parecem piorar no período antes e durante a menopausa.
Os resultados serão apresentados dia 25 de junho na reunião anual da American Headache Society, em Los Angeles. Os resultados apresentados em reuniões geralmente são considerados preliminares, até que tenham sido revisados e publicados.
A equipe examinou mais de 3.600 mulheres, com idades entre 35 e 65 anos, por meio de um questionário enviado pelo correio. O formulário perguntava se as mulheres já estavam na menopausa, se tinham enxaquecas e com que frequência. Elas foram classificadas como tendo dores de cabeça de alta frequência se tivessem 10 ou mais dias de dor de cabeça por mês.
Enquanto 8% das mulheres na pré-menopausa tiveram dores de cabeça frequentes, 12,2% no climatério sofriam com o problema, junto com 12% das mulheres na pós-menopausa. Isso quer dizer que as dores de cabeça podem aumentar de 50% a 60% quando eles passam pelo climatério por longos períodos.
Segundo os autores, as mulheres com enxaqueca são mais propensas a sofrer do problema dois dias antes da menstruação e durante os primeiros dias de ciclo, quando os hormônios estrogênio e progesterona caem.
Nesse sentido, o mais lógico seria dizer que as enxaquecas iriam diminuir com a menopausa, o que não é verdade. No entanto, os especialistas acreditam que a diminuição dos níveis de estrogênio possa explicar as dores de cabeça em ambos os casos.
Para alívio do sintoma, os cientistas sugerem que as mulheres conversem com seu endocrinologista ou ginecologista sobre o problema, a fim de ajustar ou mudar o remédio usado para tratar enxaqueca.
As mulheres também podem perguntar sobre a tomada reposição hormonal por um breve tempo, uma vez que o aumento de estrogênio pode ajudar a diminuir dores de cabeça. No entanto, as mulheres e seus médicos devem discutir os benefícios e os riscos dos tratamentos, principalmente com uso de hormônios.
Enxaqueca: saiba o que fazer durante uma crise
Caracterizada como uma dor de cabeça recorrente, que pode ser acompanhada de náuseas, vômitos e sensibilidade aos sons e à luz forte, a enxaqueca afeta cerca de 20% das mulheres e de 5 a 10% da população masculina, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cefaleia.
Entre os mais de 200 tipos de cefaleia, a enxaqueca é a mais rica em sintomas - por isso cabe ao médico fazer o diagnóstico adequado. Pelo fato de existir tantos tipos de dor de cabeça, muitas vezes a enxaqueca pode não ser encarada com a relevância que deveria e não procura o tratamento adequado.
No entanto, é de extrema importância que a doença seja acompanhada por um profissional e tomar alguns cuidados durante as crises, para não agravar a dor. Confira as dicas dos especialistas e veja o que fazer durante um episódio de enxaqueca:
Tenha o medicamento sempre à mão
Os pacientes com enxaquecas frequentes e crise de dor forte devem sempre andar com seus medicamentos. "Isso porque algum tempo após a dor de cabeça se iniciar ocorre um processo de sensibilização central, que mantém a dor e a torna mais rebelde aos analgésicos, diminuindo sua eficácia", diz o neurologista Antonio Cezar Galvão, do Centro de Dor e Neurocirurgia Funcional do Hospital 9 de Julho, em São Paulo.
Ou seja, quanto mais tempo você esperar para tratar a crise de enxaqueca, mais resistente a dor estará à medicação. Além disso, é importante que o remédio tenha sido prescrito pelo seu médico, pois cada tipo de enxaqueca e cada pessoa melhora com um tipo de analgésico.
"Dessa forma, o paciente evita o abuso de analgésicos simples, que podem não ser suficientes para a sua enxaqueca e até mesmo torná-la crônica", completa a neurologista Valéria Bahia, do Hospital Samaritano de São Paulo.
Preveja uma crise
Quando o paciente apresenta sintomas visuais ou sensitivos antes da dor ele tem a chamada enxaqueca com aura. Essas sensações podem durar de poucos minutos até uma hora, seguidos de dor de cabeça muito forte.
"Entre os sinais mais comuns de enxaqueca com aura estão pontos brilhantes ou manchas escuras em forma de mosaico na visão e dormências ou formigamentos em apenas um lado do corpo", diz a neurologista Celia Roesler, da Sociedade Brasileira de Cefaleia.
Mas, de acordo com a especialista, mesmo as enxaquecas sem aura podem ser premeditadas, pois o paciente pode ficar inquieto, sonolento, irritado ou eufórico, com desejo de comer comidas específicas, principalmente doces.
"Alguns pacientes apresentam sintomas até um dia antes da crise como bocejos e aumento de apetite", ressalta o neurologista Antonio. Nesses casos, você já pode se preparar melhor para a crise, cancelando compromissos e até mesmo iniciando o uso da medicação.
Entenda o que desencadeia sua enxaqueca
Antes de sair seguindo os conselhos de parentes ou amigos que também sofrem de enxaqueca, saiba que os gatilhos para uma crise são diferentes em cada pessoa, bem como os fatores que ajudam a amenizar os sintomas.
"Os desencadeantes de uma crise podem ser alimentos, estresse, alterações do sono, jejum, estado climático, alterações hormonais e muitos outros", alerta o neurologista Antonio.
Inclusive, algumas pessoas não possuem qualquer desencadeante específico. Por isso, o que melhora a crise para uma pessoa pode não ajudar em outra, cabendo a cada um prestar atenção em seus próprios agentes desencadeantes e o que pode ser feito para evitar ou amenizar a dor quando ela vier.
Alguns dos tratamentos não medicamentosos mais comuns incluem compressas quentes ou frias, massagens, terapia de biofeedback, homeopatia e acupuntura.
Trate os sintomas separadamente
De todos os tipos de dores de cabeça, a enxaqueca é a mais rica de sintomas. Náuseas, vômitos, diarreia, sensibilidade à luz, cheiros, barulhos e movimentos, irritabilidade, sonolência e depressão são apenas alguns dos incômodos que podem acompanhar uma crise.
"Como o analgésico trata apenas a dor da enxaqueca, o paciente que tiver esses outros sintomas muito acentuadamente deve tratá-los de forma tópica", explica a neurologista Celia.
Esse cuidado é redobrado com aqueles que sofrem com vômitos, pois ele pode perder os analgésicos, precisando ir ao pronto socorro para receber drogas injetáveis.
"Quando o paciente relata vômitos intensos é conveniente medicá-lo com um antiemético conjuntamente com os medicamentos analgésicos - e alguns antieméticos parecem ter até um efeito sobre a dor", completa o neurologista Antonio.
Descanse em um local escuro e silencioso
Durante uma crise o paciente não suporta ambientes barulhentos e com muita luz, podendo esses fatores serem até mesmo desencadeantes do quadro.
"A pessoa com enxaqueca possui anomalias neuroquímicas que tornam o seu cérebro mais 'irritável' do que os outros, respondendo de forma exagerada a estímulos como luz e barulho", explica o neurologista Antonio.
Assim, durante uma crise, o ideal é se sentar o deitar - o que for mais confortável - em um local com pouca luz e sem barulhos, evitando ao máximo conversas e atividades que o tirem do repouso.
"Aqueles que possuem enxaquecas mais fracas podem melhorar completamente com o repouso, dispensando o uso de analgésicos", diz a neurologista Valéria.
Faça refeições leves e hidrate-se
Ainda que o desencadeante da sua crise não seja a alimentação, uma dieta leve rica em líquidos no momento da crise pode ser muito útil. Nos casos em que não há vômito, o jejum prolongado pode inclusive agravar a enxaqueca. Beba muito líquido para se manter hidratado, tanto água quanto soluções hidratantes disponíveis no mercado.
"Porém, se o paciente estiver vomitando, o melhor é não ingerir alimentos sólidos e, em casos graves, procurar um pronto atendimento para receber medicações injetáveis mais potentes", explica a neurologista Celia.
Se prepare nos dias de estresse
"Apesar de existirem vários fatores desencadeantes de uma enxaqueca, o gatilho mais importante é, sem dúvida, o estresse emocional", afirma Celia Roesler.
Situações como muitas horas no trânsito, cobranças no trabalho, excesso de horas trabalhadas e discussões familiares contribuem para que o cérebro do paciente produza mais noradrenalina, uma substância vasoconstritora que agravará ainda mais a dor de cabeça.
Como é impossível fugir completamente do estresse e nem sempre é fácil evitá-lo, é importante que o paciente já esteja preparado para uma crise em dias que ele sabe que serão mais difíceis.
Manter as medicações à mão, já fazer uma dieta mais leve e considerar sair mais cedo do trabalho, quando possível, são algumas alternativas.