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A pandemia causada pelo novo coronavírus gerou uma série de mudanças drásticas no mundo. Além de alterações em protocolos e serviços de atendimento, pequenos gestos, como beijos e abraços, precisaram ser deixados de lado nesse novo período, a fim de respeitar as medidas de distanciamento social.
Com o mesmo objetivo de evitar aglomerações e diminuir os casos de contágio, o atendimento médico também passou por transformações. Visitas aos hospitais para consultas foram cessadas temporariamente, tornando o ambiente hospitalar cada vez mais focado no tratamento da COVID-19.
Assim, para continuar suprindo as necessidades da população, o Conselho Federal de Medicina regulamentou a prática da telemedicina em março de 2020, permitindo que algumas especialidades realizem o atendimento online durante todo o período de combate à pandemia.
Vantagens e desvantagens da telemedicina
Gilberto Narchi, cirurgião vascular, explica que, além de diminuir as chances de contaminação, a telemedicina evita o deslocamento ao consultório, clínica ou hospital, gerando comodidade ao paciente.
De acordo com o especialista, quadros considerados leves podem ser diagnosticados e tratados à distância. Caso seja preciso, o médico também pode realizar a análise de resultados de exames via telechamada, trazendo, mais uma vez, facilidade do acesso ao paciente - principalmente àqueles que possuem dificuldade no deslocamento até o consultório.
Entre as desvantagens do método, entretanto, Gilberto conta que a falta de contato pessoal pode afetar a relação médico-paciente. Como a telemedicina exclui o exame físico, a avaliação do quadro não pode ser feita de forma completa, o que pode gerar certos riscos.
"Acredito que a modalidade de atendimento deveria ser implantada para casos simples, consultas de retorno de exames ou acompanhamento de tratamentos já iniciados em consulta presencial", reflete o cirurgião.
Cuidados no teleatendimento
Nem todos os quadros médicos podem ser atendidos de forma remota. Complicações de saúde crônicas ou ferimentos, por exemplo, necessitam avaliação física. Nessas situações, é recomendado que o paciente se dirija ao consultório, seguindo todas as regras de higiene e proteção, como o uso de máscaras e a lavagem correta das mãos.
Além disso, durante a consulta via telechamada, para algumas especialidades, pode ser necessário que o paciente precise utilizar alguns tipos de ferramentas médicas, como o termômetro e medidor de pressão arterial, por exemplo.
"É possível treinar o paciente ou familiar a fazer algumas medições, como pressão, temperatura, frequência cardíaca e obter dados confiáveis. Mas, dependendo da especialidade, como oftalmologia, isto não é possível", explica o cirurgião vascular Gilberto Narchi.
Devido a possibilidade de queixas simples e mais frequentes, como diarreia e resfriado, serem atendidas virtualmente, consultas via vídeo podem se tornar algo mais comum no futuro, gerando uma maior comodidade para milhares de pessoas.
Dessa forma, Marchi acredita que a telemedicina pode se tornar uma tendência para os próximos anos e que a pandemia acelerou um processo que, provavelmente, aconteceria mais lentamente. Portanto, converse com seu médico sobre a possibilidade de realizar atendimentos por vídeo.
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