Redatora de saúde e bem-estar, autora de reportagens sobre alimentação, família e estilo de vida.
Estaria o grau de inteligência de uma pessoa relacionada com vícios como o cigarro e a bebida?
Duas pesquisas, uma conduzida na Universidade da Inglaterra e outra em Israel dizem que sim, mas cada uma delas dá justificativas diferentes para esta ligação.
A pesquisa realizada no Centro Médico Sheba, do Hospital Tel Hashomer, em Israel, mostrou que homens que fumam mais de 20 cigarros ao dia acabam indo pior do que os não fumantes em testes de QI.
Depois de estudar 20 mil jovens, a pesquisa observou que fumantes ficam com uma média de 94 pontos no teste, enquanto os não fumantes pontuam 101. A média para este tipo de teste fica entre 84 e 116. O problema está em como chegar a uma conclusão em cima dos resultados.
Os próprios médicos envolvidos não conseguem dizer se fumar diminui a inteligência ou se pessoas de QI reduzido acabam tomando péssimas decisões a respeito de sua saúde, e aí envolvendo também consumo de drogas, comida não-saudável e falta de prática de exercícios.
Já na Inglaterra, pesquisadores da London School of Economics estudaram a vida de milhares de mulheres de 39 anos, nascidas na mesma semana em 1970. Eles concluíram que as mais inteligentes foram aquelas com mais problemas com o álcool.
Para chegar a isso, foram conduzidas entrevistas e recuperados os históricos escolares dos participantes desde a infância. Quando analisados os dados dos homens, não houve diferença significativa entre QI e consumo de bebida e, por isso, os pesquisadores buscaram explicações.
Mulheres mais inteligentes e com maior grau de instrução, segundo eles, acabam se tornando mais ativas socialmente e trabalhando em ambientes dominados por homens, ambos com uma cultura própria em relação à bebida. Além disso, essas garotas acabam sendo mães mais tarde em detrimento de sua vida profissional.
Mesmo na faculdade, a exposição ao álcool acaba sendo bem maior do que em relação a aquelas que decidiram não fazer o curso superior.