Dermatologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia. Formado em Medicina pela Universidade Federal d...
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A exposição diária aos raios solares requer o uso do protetor solar para preservar a pele. Contudo, não é somente a radiação UV que é capaz de provocar danos — a luz azul, emitida por lâmpadas e telas de dispositivos eletrônicos, também está relacionada à formação de radicais livres e ao fotoenvelhecimento da pele.
“A luz azul é a maior faixa de energia do espectro da luz visível. Ela faz parte do espectro de radiação eletromagnética e é toda ou qualquer luz que podemos enxergar a olho nu, seja natural ou artificial”, explica a dermatologista Fabiana Seidl, especialista em clínica médica e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Embora a luz artificial não provoque a mesma intensidade de fotoenvelhecimento que os raios do sol, ela atinge diretamente o DNA das células da pele — o que torna fundamental a adoção de alguns cuidados na rotina de skincare para evitar o surgimento de problemas mais sérios a longo prazo.
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Como a luz azul afeta a pele?
A exposição demasiada à luz azul é uma das principais responsáveis pelo fotoenvelhecimento da pele. Isso acontece porque, ao penetrar nas camadas dérmicas, ela causa a oxidação dos lipídios e o aumento da presença dos radicais livres, que causam o envelhecimento celular.
Além disso, a luz artificial também está associada ao surgimento de manchas e linhas de expressão, uma vez que ela provoca alterações nas células de pigmentação, os melanócitos, e nos fibroblastos, produtores de colágeno que dão sustentação à pele. Esses problemas podem ser acentuados pela desidratação causada pelo tempo de exposição.
“Além de causar o envelhecimento precoce, a luz azul pode agravar certas doenças de pele, como melasma, lúpus e rosácea”, acrescenta Felipe Chediek, dermatologista e membro titular da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Como se proteger da luz azul?
O uso de protetor solar diariamente é a melhor forma de proteger a pele da luz artificial. Ele deve ser reaplicado, de preferência, a cada duas horas e ter um fator de proteção superior a 30. Também é indispensável que o protetor seja utilizado mesmo dentro de casa e em dias frios, em que não há sol.
Felipe indica o uso de produtos com ativos de ação antioxidante, que agem impedindo que os radicais livres ataquem as células — e, por consequência, reparando os danos celulares causados por essas moléculas.
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“Existem produtos à base de vegetais, inspirados nas estratégias de defesa das plantas, ricos em melanoidinas (substância química) vindas do café, extrato de folha de argan, extrato líquido natural de oliva (com alto teor de substâncias antioxidantes), entre outros encontrados em produtos ou manipulados pelo dermatologista”, pontua Felipe.
Produtos capazes de proteger a pele contra a poluição ambiental digital podem ser incluídos na rotina de skincare a partir do uso de séruns ou cremes anti-idade e antioxidantes, de manhã e durante a noite. Substâncias como a vitamina C, por exemplo, podem ajudar a reverter os sinais de envelhecimento, melhorando a firmeza da pele e reduzindo as linhas de expressão.
Por fim, a dermatologista Fabiana Seidl indica o uso de produtos com óxido de ferro, que é o pigmento responsável por dar cor aos filtros solares com cor e a maquiagem, como base, corretivo e pó compacto com cor. “Para que se obtenha a proteção adequada, é importante a opacidade e a cobertura do produto”, acrescenta a especialista.
Hábitos para se proteger da luz azul
Além dos cuidados no skincare, diminuir o tempo de exposição às telas também é fundamental para proteger a pele da poluição digital. Caso não seja possível, o recomendado é utilizar acessórios nas telas, como películas ou filtro de luz azul, além de aumentar a distância entre a tela e o rosto.
Segundo Fabiana, pessoas que utilizam muito o telefone celular podem acionar o Night Shift, ou modo noturno, que deixa a tela com cores mais quentes e menos azuis. Por fim, evite utilizar o celular ou outro aparelho pelo menos até duas horas antes de dormir. Além da pele, o uso frequente pode provocar danos severos à saúde ocular e atrapalhar o sono.