Psicóloga formada em 1998 pela Faculdade de Ciências e Letras, com validação e equivalência de diploma pela Universidade...
iNos dias de hoje, a correria da vida moderna e, principalmente, as exigências do trabalho parecem levar rapidamente as pessoas a um esgotamento físico e mental. Muito se fala de estresse, de depressão e ansiedade. Porém, quando essas doenças estão ligadas ao dia-a-dia da profissão e compreende-se que a causa desse mal tem ligação direta com o trabalho, o nome é diferente: Síndrome de Burnout.
A palavra vem do inglês burn [queima] e out [exterior]. A síndrome é causada pelo estresse no trabalho e, em muitos casos, pelo assédio moral institucional.
O que leva à Síndrome de Burnout?
- Excesso de reclamações por parte da empresa, somado a uma conduta abusiva (pressão, ameaça de demissão, intimidações, sobrecarga de tarefas, humilhações, desmoralização perante outras pessoas da empresa, falta de reconhecimento e desprezo pelos esforços do emprego, perseguições, ridicularizações, xingamentos, etc.);
- Forte pressão para atingir metas, números e ações consideradas impossíveis no prazo solicitado;- Ambiente de trabalho tido pelo empregado como desgastante, sufocante e degradante;
- Falta de tempo livre para o lazer e o descanso físico e mental dos afazeres da empresa;
- Necessidade de estar em alerta e prontidão constante para qualquer convocação por parte da empresa fora do horário combinado de serviço sem que faça parte de um acordo prévio.
É comum haver uma duvida do que é, de fato, assédio moral e a síndrome de burnout, sendo que nos dois casos é possível levar ao estresse e esgotamento físico e mental por parte do funcionário. Porem, más condições, sobrecarga de trabalho em um grau muito acima do normal e exigências permanentes fazem parte apenas da síndrome de burnout. Entende-se, portanto, que a as consequências causadas por essa síndrome são originadas pelo ambiente de trabalho hostil e inadequado.
Sintomas emocionais
- Desgaste emocional intenso, com sintomas muito parecidos com a depressão;
- dificuldade de concentração;
- tristeza;
- falta de ânimo;
- angústia;
- desespero;
- alteração do humor;
- irritação e agressividade;
- falta de sentido e pouco interesse pelas coisas que antigamente geravam prazer e bem estar;
- sentimento de baixa autoestima;
- baixa avaliação sobre o desempenho profissional;
- dificuldade de lidar com conflitos;
- baixa tolerância à frustração;
- desejo de largar tudo e sair do trabalho;
- sentimento de estar no limite;
- reações agressivas como forma de proteção.
Sintomas físicos
- Desgaste físico;
- cansaço e exaustão;
- Somatizações (doenças físicas que tiveram início com questões emocionais);
- tensão no corpo,
- dor de cabeça constante;
- dificuldade de relaxar;
- mudança brusca de peso e apetite;
- insônia.
Dicas para se livrar da síndrome
1- Organizar o tempo de trabalho e outras áreas de vida;
2- Dedicar-se a outras atividades e relacionamento que vão alem do profissional;
3- Saber dar a devida importância a si próprio;
4- Cuidar dos sintomas físicos ligados à síndrome de burnout com devida atenção;
5- Cuidar dos sintomas emocionais e buscar melhores resultados e ações;
6- Exercícios de respiração e relaxamento físico ajudam e devem ser feitos para iniciar uma melhora;
7- Atividade física, esporte, academia, etc. podem contribuir para um bem estar físico que refletirá no emocional;
8- Técnicas com hipnose ericksoniana, novo código da PNL e coaching contribuem com a cura e com o estabelecimento de metas.
Sessões especificas de tratamento individualizado combatem os sintomas. O tratamento visa a retomada do humor com a devida organização mental para uma saúde plena do funcionário e do ambiente profissional. Durante as reuniões/sessões, é possível estabelecer metas e formas diferentes de alcance dos desejos e objetivos para o bem estar geral.
Por parte da empresa, é necessária a consciência das condições de trabalho oferecidas aos seus funcionários, assim como o cuidado com as relações pessoais, frutos das dinâmicas estabelecidas. Quando há uma queixa de dificuldade de trabalho mediante essa relação conturbada, é interessante a consciência de todos no processo: quem produz o assédio moral e que quem é por ele assediado.
Para isso, é muito bem indicado palestras, treinamentos e/ou cursos preventivos, ou mesmo tratamentos que demonstram as dinâmicas e suas consequências, a diferença do conteúdo transmitido por quem diz e a compreensão por parte de quem escuta e suas complicações e distorções. Os limiares do que se pode exigir de um empregado e de como se devem dar as relações entre empregados e superiores é algo a ser discutido em grupo durante o treinamento. Além disso, deve-se discutir como deveriam acontecer as relações humanas nos planos horizontais e verticais da estrutura de uma empresa.
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