Médica especialista em Dermatologia e Nutrologia. Pós-graduada em Dermatologia e Medicina Estética.
Desequilíbrios hormonais, DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), alterações no organismo, maus hábitos como drogas, álcool e cigarro interferem na qualidade e até na possibilidade de uma gravidez. E é neste contexto de fatores-chave para a fertilidade feminina que a alimentação se torna uma peça fundamental.
Antes da chegada da cegonha, no entanto, é importante investir na preparação do organismo. Nesta fase, assegurar a formação dos hormônios sexuais é primordial. Para isso, basta inserir no cardápio alguns alimentos compostos por gorduras insaturadas, como a castanha, noz, avelã, amêndoa, amendoim, azeite de oliva, azeitona, abacate. Além de auxiliar na sintetização destes hormônios, eles também lubrificam as articulações. Sabe aqueles pneuzinhos indesejáveis que aparecem nos flancos e no abdome inferior? Na época do Homo sapiens, quando os homens ainda caçavam para comer, a regra era uma só: nem todos os dias a refeição era farta. Pois bem, por conta desta alimentação inconstante, o organismo das mulheres passou a armazenar gordura nestas regiões para nutrir o feto em caso de desnutrição.
Mesmo diante de tantas mudanças o organismo feminino não se modificou. Por isso deve-se adotar refeições saudáveis e não tão calóricas evitar o ganho excessivo de peso.
Não é demais lembrar que a obesidade está diretamente ligada à infertilidade, pois a gordura consome muito hormônio, o que dificulta a estimulação dos ovários. Conseqüêntemente, as mulheres obesas passam a ter problemas com a menstruação, ovulação e, finalmente, com a gravidez. Não é raro encontrar casos de mulheres obesas que conseguiram engravidar com mais facilidade após emagrecerem.
Os alimentos light, que auxiliam no emagrecimento, também dificultam a fertilidade, pois são pobres em gorduras boas, aquelas de origem vegetal, não industrializadas, e matérias-primas para a formação dos hormônios. Elas são encontradas em cereais e grãos, azeite e também em sementes (óleo de girassol, de gergelim, de linhaça), plantas oleaginosas e em frutas como o abacate.
A ingestão de proteínas também é fundamental, pois ele é um nutriente básico da vida. Tudo no nosso organismo é formado por proteína. Até os nossos hormônios, como o do crescimento; o glucagon e a insulina secretados pelo pâncreas; os da tireóide (TSH, T3 e T4) e os neurotransmissores como a serotonina, responsável pela nossa sensação de bem-estar.
Outra função importante das proteínas é a formação das células de defesa do sistema imunológico. Elas também são veículo para transportar algumas substâncias no sangue, como o colesterol. São formadoras de enzimas, que funcionam como tesourinhas bioquímicas que fragmentam substâncias maiores em substâncias menores para serem melhores aproveitadas. Enfim, todo o organismo depende de algum mensageiro protéico para executar alguma função. E as proteínas são encontradas nas carnes brancas e vermelhas, nos ovos, queijos, leite, soja, leguminosas, oleaginosas, entre outros. Se ingerirmos pouca proteína, altera-se também o controle da pressão dos líquidos corporais, acarretando em edema, que é o inchaço ou retenção de líquidos.
Os alimentos não têm apenas a função de nutrir, mas de atuar na fisiologia ideal do nosso corpo e mente. Eles estando em equilíbrio, ficamos em paz e felizes.