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Apneia é um distúrbio do sono: a doença faz com que as pessoas parem de respirar por alguns segundos repetidas vezes durante a noite. Cada episódio de apneia dura no mínimo 10 segundos e, dependendo da gravidade do problema, pode chegar até 1 minuto e meio, fazendo com que o indivíduo acorde com a sensação de sufocamento.
Em sua forma mais comum, a síndrome da apneia obstrutiva do sono, o distúrbio ocorre quando os músculos da garganta relaxam durante o sono e as vias respiratórias se fecham, impedindo a respiração adequada e podendo reduzir drasticamente o nível de oxigênio no sangue. Se não tratado adequadamente, o distúrbio pode ter graves consequências para a qualidade de vida e para a saúde.
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A apneia do sono impede as pessoas de alcançarem o sono profundo durante à noite, e esse sono irregular, com problemas na oxigenação sanguínea, pode causar doenças graves, inclusive atingindo o sistema cardiovascular. A hipertensão arterial, por exemplo, é apenas um dos problemas cardiovasculares que podem ser causados ou agravados pelo desenvolvimento de apneia do sono.
Além de agravar e causar arritmias cardíacas, como a fibrilação atrial, a apneia do sono também pode aumentar consideravelmente os riscos de morte súbita cardíaca, de insuficiência cardíaca congestiva, de diabetes, de ataques cardíacos e de acidentes vasculares cerebrais.
As pessoas que sofrem de apneia do sono, geralmente, acordam cansadas e mal-humoradas. O sono irregular faz com que o indivíduo tenha baixo rendimento nas atividades cotidianas, por sofrer com a sonolência excessiva durante o dia, e pode causar esquecimentos, déficit de atenção, dores de cabeça, irritação, nervosismo e impaciência, diminuindo significativamente a qualidade de vida.
Sintomas
Entre os principais sintomas da apneia do sono estão o ronco e a sonolência excessiva durante o dia. Por ser considerado comum, muitas vezes o ronco pode passar despercebido como sintoma da doença, mas é importante lembrar que quem ronca tem grandes chances de desenvolver apneia do sono. Vale ressaltar: normalmente, o ronco específico de quem sofre com o distúrbio segue um mesmo ritmo. Ele vai ficando mais alto até, de repente, ser interrompido por um período de silêncio, que é quando a respiração para, parecendo ser uma espécie de engasgo.
Além do ronco e da sonolência, outros sintomas como dor de cabeça, diminuição da capacidade de atenção, perda de memória, irritação e redução da libido são indícios da doença. Despertar abruptamente durante a noite com falta de ar ou acordar com a boca seca também é um indicativo de apneia. É muito importante procurar um médico do sono para fazer o diagnóstico do distúrbio e assim poder tratá-lo corretamente.
O diagnóstico da apneia do sono é feito através da polissonografia, um estudo monitorado do sono. O exame determina a existência ou não da doença, verificando quando as paradas da respiração duram dez segundos ou mais e acontecem pelo menos vezes cinco vezes durante cada hora de sono.
O que causa e como tratar
A principal causa para a apneia obstrutiva do sono é a obstrução do canal respiratório. Obesidade, aumento das amígdalas, e características como circunferência do pescoço e alterações craniofaciais, podem favorecer o distúrbio. Pessoas com pescoço largo, por causa do acúmulo de gordura, por exemplo, são mais suscetíveis às paradas respiratórias noturnas. Indivíduos com a língua muito grande, com o queixo pequeno ou voltado para trás também são mais propensos ao ronco e à apneia do sono, já que a anatomia pode prejudicar a passagem de ar pelas vias aéreas superiores.
Estar acima do peso, consumir álcool com muita frequência e dormir de barriga para cima também são fatores que favorecem o ronco e o desenvolvimento da apneia. Outros fatores de risco são anormalidades endócrinas ou craniofaciais, como hipotireoidismo e hipoplasia maxilomandibular, e predisposição genética.
Já no caso da apneia do sono central - que é menos comum e ocorre quando o cérebro não consegue transmitir sinais para os músculos da respiração - a causa mais comum é a insuficiência cardíaca.
Os tratamentos indicados para a apneia do sono devem manter as vias respiratórias abertas, evitando que a respiração seja interrompida durante o sono. Em alguns casos, o médico indica o uso de aparelhos odontológicos para manter a mandíbula posicionada mais para frente, impedindo o bloqueio das vias aéreas durante a noite. Há também indicações de exercícios fonoaudiológicos para tonificar a musculatura da garganta.
As cirurgias de correção e desobstrução de nariz, ou de remoção de amígdalas e adenoides, também podem ser indicadas pelo médico especializado, porém o uso do CPAP, aparelho de pressão positiva contínua nas vias aéreas, com uma máscara nasal ou oronasal, é considerado um tratamento muito eficiente para a apneia obstrutiva do sono na maioria das pessoas, com a vantagem de não ser um método invasivo. O aparelho injeta ar pelo nariz por meio da máscara nasal abrindo a garganta e evitando o fechamento das vias respiratórias.
O tratamento de inalação com CPAP pode ser realizado em casa. Os equipamentos mais modernos de pressão positiva contínua nas vias aéreas contam com tecnologias avançadas como, por exemplo, o CPAP auto ou o CPAP Check, que adaptam a pressão do equipamento de acordo com a necessidade do paciente, avaliada através de um registro dos eventos obstrutivos feitos pelo próprio equipamento.
Para que o indivíduo se adapte melhor ao aparelho, também há equipamentos com a tecnologia EZ-Start, que permite que a pressão da terapia aumente gradualmente, antes de alcançar o valor prescrito pelo médico. Outra tecnologia desenvolvida para o bem-estar do paciente é chamada de SmartRamp, que garante pressão menor durante o período que o paciente demora para adormecer, para não atrapalhar o processo do sono. Há ainda a tecnologia Flex, que alivia a pressão na fase expiratória permitindo maior conforto.
É importante ressaltar que o tipo de tratamento adequado para cada paciente deve ser indicado pelo médico especialista, após o diagnóstico correto do distúrbio. Para uma noite de sono mais tranquila, todos os tratamentos para apneia do sono podem e devem ser acompanhados por mudanças de hábito que aliviam os sintomas.
Veja algumas atitudes para melhorar a qualidade do sono e ajudar a acordar mais disposto:
Evitar a ingestão de álcool
O consumo de bebidas alcoólicas antes de ir dormir prejudica o sono. O álcool pode ser um relaxante, mas justamente por relaxar a musculatura do corpo, inclusive a do pescoço, deixa a via aérea aberta. Isso favorece a apneia do sono.
Perder peso
A obesidade é um importante fator de risco para apneia do sono, mas tem um ponto positivo: é reversível. Portanto, é preciso cuidar da alimentação e perder peso.
Praticar exercícios físicos
Fazer atividade física contribui para uma melhora da saúde como um todo e, quando aliada a uma dieta balanceada, pode ajudar no processo de emagrecimento. Isso pode ajudar a melhorar a apneia do sono e trazer noites melhores.
Não fumar
Estudos mostram que o fumante está mais suscetível a sofrer com apneia do sono. Dar um basto ao vício é um dos caminhos para melhorar a qualidade do sono.
Não dormir de barriga para cima
Pode parecer uma dica simples, mas a posição de dormir influencia na qualidade do sono. Para quem sofre com apneia, isso é ainda mais importante. Quando se está dormindo de barriga para cima, a língua vai para trás e atrapalha a respiração durante o sono. Portanto, sempre que possível, evite se posicionar dessa forma durante a noite.
Fontes e referências:
1 - "Apneia do sono está ligada a várias doenças do coração". Conteúdo disponível em: /saude/materias/13446-apneia-do-sono-esta-ligada-a-varias-doencas-do-coracao
10 - " Conheça os prós e contras de cada posição para dormir". Conteúdo disponível em: /bem-estar/galerias/16733-conheca-os-pros-e-contras-de-cada-posicao-para-dormir