Médico cirurgião plástico formado pela conceituada escola da UFRJ, membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plást...
iLábios volumosos sempre fizeram parte do imaginário feminino, expressando beleza e harmonia facial. Nesse contexto, o preenchimento labial ganhou força e se tornou o procedimento mais procurado para esse tipo de interferência estético facial. O problema é que muita gente acabou sofrendo com os exageros em nome de uma beleza mais exuberante.
Não são raros os casos de mulheres (e até mesmo homens) que passaram a ostentar bocas maiores – levando a um certo descontentamento com o resultado do procedimento. Isso, muitas vezes, está associado a aplicações mal sucedidas de profissionais não habilitados, sendo consequência de produto usado em demasia ou falta de uma avaliação adequada.
Nesses casos, a reversão do preenchimento pode ser uma solução para correção do resultado insatisfatório ou ainda quando houver arrependimento do paciente. Entenda a seguir como é feito esse procedimento, possíveis riscos que ele oferece e quanto tempo leva para surtir efeito.
Como o preenchimento labial é feito?
Primeiramente, é preciso compreender que o preenchimento labial é realizado com a aplicação por meio injetável de ácido hialurônico – aquela substância muito conhecida no universo da beleza, que faz parte da natureza humana, pois é produzida pelo organismo.
Após pequena modificação, a substância se torna mais estável e pode ser utilizada como preenchedor e ser injetada com agulha fina ou microcânula, após anestesia bloqueadora.
O cirurgião plástico deve fazer a aplicação do ácido, aspirando a seringa de volta. Se vier sangue, a injeção deve ser interrompida. Caso seja utilizada muita força, o gel pode avançar e danificar a região de maior abrangência. Procedimentos com agulha oferecem mais risco de atingir uma artéria, por isso o uso de cânula (tubo de plástico, metal ou borracha) é o mais indicado.
Geralmente, é utilizado um mililitro do gel de ácido hialurônico para todo o procedimento. Pode ser mais fluído ou não, de alta ou baixa concentração, e sempre adequado ao tipo físico da pessoa.
Essa quantidade já garante o contorno de lábios mais definidos, volume para lábios finos, melhor definição no arco do cupido e até uma hidratação profunda na região labial. Lembrando que o ácido hialurônico é o mais seguro, pois é reabsorvido pelo organismo após um tempo.
Em geral, é necessário esperar pelo menos seis meses para realizar um novo preenchimento. Mas se algo fugiu do padrão, não preservando a harmonia facial e o resultado parecer disforme, é necessário uma hipercorreção, após uma semana, quando cessam os edemas, manchas e nódulos.
Antes de realizar o preenchimento, é muito importante informar ao médico o histórico de alergias e problemas de saúde. Além disso, vale reforçar que o procedimento não é indicado para pessoas com imunidade baixa, alteração da coagulação, herpes ou grávidas.
O que esperar da reversão do preenchimento labial?
A correção ou reversão do preenchimento labial é feita com a enzima hialuronidase, que, ao quebrar as moléculas do ácido, facilita a absorção do mesmo pelo organismo. Entretanto, ela só deve ser aplicada em último caso, porque pode causar alergia, caso não seja administrada na diluição correta.
Haja vista a quantidade de ácido hialurônico injetada, será necessário duas ou mais injeções de hialuronidase para todo o processo de reversão. Esse procedimento também é injetável e começa a agir em 24 horas, com resultado final em até duas semanas.
Os lábios podem ficar levemente inchados, mas uma compressa de gelo pode ajudar no alívio do sintoma. Eventualmente, pode haver a necessidade de uso de medicação. Neste caso, é necessário consultar o profissional que realizou o procedimento para escolher o medicamento mais adequado.
Quando o preenchimento labial for realizado com o polimetilmetacrilato (PMMA), substância totalmente contraindicada, a reversão do preenchimento é mais difícil, sendo necessário um procedimento cirúrgico.
A remoção dele pode causar imperfeições graves aos lábios, devido ao processo invasivo do produto no tecido. Com a remoção, é necessário retirar parte do tecido, causando deformidades sérias.
Por isso, um profissional sério e habilitado avalia criteriosamente a face do paciente e suas proporções, para definir como e quanto de substância deve ser aplicada, respeitando os traços naturais.