Formado em Medicina pela Universidade Federal de Mato Grasso do Sul (UFMS), ele fez residência em Pneumologia pela Unive...
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Assim como muitas outras condições de saúde, a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) não tem cura, sendo caracterizada por uma inflamação ou até mesmo destruição contínua das vias aéreas¹. Porém, a boa notícia é que ela pode ser controlada a partir do tratamento¹, que, segundo o pneumologista José Megda inclui:
- Parar de fumar;
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Praticar exercícios físicos;
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Manter as vacinas contra a gripe em dia;
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Usar medicamentos por via inalatória.
Todas essas ações melhoram a qualidade de vida dos pacientes, prevenindo a progressão da doença, aumentando a tolerância à realização de esforços e reduzindo os sintomas, como falta de ar, tosse, pigarro², cansaço¹ e dor no peito³. “É por causa do tratamento que eu consigo respirar e dormir bem”, relata o paciente Roberto Carepa, de 76 anos.
Mudanças são necessárias
Só se engana quem acha que o tratamento da DPOC é igual do começo ao fim. Isso porque, com o agravamento da doença, alguns ajustes podem ser necessários para que continuem sendo obtidos resultados positivos⁴. Conforme explica o médico José Megda, essas alterações dependem muito da evolução do paciente.
Em alguns casos, é possível que, depois de um tempo, a pessoa tenha que trocar de medicamento, fazer um programa de reabilitação pulmonar, uma cirurgia ou uma terapia com oxigênio², como a que o paciente Roberto Carepa faz todas as noites para dormir melhor.
Por isso, é importante que o protocolo clínico da DPOC esteja sempre atualizado, pois ele é responsável por preconizar como deve ser feito o tratamento da doença. Quanto mais opções terapêuticas houver, mais fácil é para o paciente encontrar o que funciona melhor para ele, de acordo com Gustavo San Martin, diretor executivo da Associação Crônicos do Dia a Dia (CDD).
Felizmente, a última revisão do protocolo aconteceu no fim de 2021. Agora, dois novos broncodilatadores estão disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) mediante prescrição médica: a associação em pó inalante (brometo de umeclidínio + trifenatato de vilanterol) e a solução para inalação em nuvem suave (tiotrópio monoidratado + cloridrato de olodaterol)⁵.
O papel da família e dos amigos
Outro fator que pode colaborar com o tratamento é o apoio das pessoas que estão ao redor do paciente. Afinal, Gustavo San Martin, da CDD, diz que nesse período são comuns os sentimentos de raiva, revolta e negação - além da culpa, quando o tabagismo é um dos fatores que levaram ao desenvolvimento da doença. O paciente Roberto Carepa concorda e descreve a experiência como “não agradável”.
Assim, o melhor é não alimentar as emoções ruins, se gabando, por exemplo, de ter avisado que fumar poderia trazer riscos à saúde. Especialmente porque acabar com a dependência do cigarro depois de tantos anos não costuma ser fácil, apesar de necessário.
A recomendação de Gustavo - que também é portador de uma doença crônica, a esclerose múltipla - é oferecer apoio e compreensão. Para ele, isso pode fazer toda a diferença. “O ecossistema de alguém que tem uma condição como essa precisa ser, no mínimo, equilibrado para que o paciente possa fazer o melhor que ele puder por ele mesmo”, pondera.
É justamente por tal motivo que Roberto Carepa é tão grato pela ajuda que tem recebido da esposa. “Ainda bem que ela dá conta da casa e dirige para mim. É muito bom!”, confessa.
Referências
1 - SOCIEDADE BRASILEIRA DE PNEUMOLOGIA E TISIOLOGIA (SBPT). Mês de atenção à DPOC: uma das doenças pulmonares mais prevalentes em adultos. Disponível em: https://sbpt.org.br/portal/t/gold/. Acesso em 23 set. 2022.
2 - BRASIL. Ministério da Saúde. Doenças respiratórias crônicas. Normas e Manuais Técnicos Cadernos de Atenção Básica, Brasília - DF, série A, n. 25, 2010. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/doencas_respiratorias_cronicas.pdf. Acesso em 23 set. 2022.
3 - REINO UNIDO. National Health Service (NHS). Chronic obstructive pulmonary disease (COPD). Disponível em: https://www.nhs.uk/conditions/chronic-obstructive-pulmonary-disease-copd/symptoms/. Acesso em 23 set. 2022.
4 - LUNDGREN, F. L. C. Acompanhamento Ambulatorial da DPOC. Pulmão RJ, Rio de Janeiro, v. 22, n. 2, p. 55-59, 2013. Disponível em: http://www.sopterj.com.br/wp-content/themes/_sopterj_redesign_2017/_revista/2013/n_02/12.pdf. Acesso em 23 set. 2022.
5 - BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde. Portaria Conjunta nº 19 , de 16 de novembro de 2021. Brasília, 2021. Disponível em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/pcdt/arquivos/2022/portal-portaria-conjunta_no-19_2021_pcdt_dpoc__.pdf. Acesso em 23 set. 2022.