Médica graduada pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (2003)Residência médica em Medicina Interna pela Unive...
iRedatora especialista em temas relacionados com bem-estar, família e comportamento.
Os dias mais quentes podem fazer com que as crianças sofram mais com irritações de pele. Brianna Nicolletti, alergista e imunologista, explica que isso pode ocorrer devido a diferentes fatores, como:
- Contato com a areia da praia e/ou dos parques, que pode abrigar micro-organismos nocivos;
- Contato prolongado com a umidade do mar e/ou da piscina;
- Devido ao suor excessivo;
- Em decorrência do uso de protetor solar e repelente.
A seguir, conheça os tipos de irritações de pele mais comuns entre as crianças no verão e saiba como preveni-las.
1. Dermatite atópica
De acordo com a alergista, a dermatite atópica é um dos tipos mais comuns de alergia de pele, acometendo em torno de 20% do público infantil. “É uma doença crônica e multifatorial, pode estar relacionada a quadros de rinite, bronquite/asma e até alergias alimentares e é caracterizada pela inflamação do tecido. Frequentemente aparece na infância, mas pode estar presente também no adulto”, detalha a especialista.
A dermatite atópica faz com a pele fique seca e áspera, tornando-se mais suscetível a erupções que coçam e inflamam. Elas são mais comuns nas dobras dos braços e na parte posterior dos joelhos.
Luciana Andrade, idealizadora de uma marca hipoalergênica infantil, ensina dicas preciosas para conseguir aliviar os sintomas. Para evitar as crises, as dicas práticas são: dar banhos mais frescos com pouco xampu e sabonete. Além disso, opte por produtos sem cheiro. Já para as roupinhas, Luciana só e recomenda peças 100% algodão, inclusive para o lençol e toalhas. Na hora de lavar as peças, use pouco sabão e deixe o amaciante de lado.
“Roupinhas fabricadas com tecidos de fibras naturais - como algodão, algodão pima, linho, lã e seda - são as mais indicadas para o enxoval do recém-nascido, pois permitem que a pele respire com mais facilidade. Tecidos sintéticos - como poliéster, lycra e poliamida - não absorvem a umidade natural do corpo e fazem com que a pele retenha mais calor, o que pode provocar alergias, irritações e oscilações de temperatura no bebê”, completa Brianna.
2. Dermatite de contato
Já a dermatite de contato é um tipo de inflamação que ocorre na pele quando ela entra em contato com um tipo de agente específico, causando uma reação cutânea. “Geralmente ela fica restrita a uma região, como a das fraldas, ou de maior transpiração, como virilha e axilas”, detalha Brianna. Para diagnosticá-la, se avalia o histórico do paciente e pode ser realizado o teste de contato se necessário.
3. Dermatite seborreica
Crônica e genética, a dermatite seborreica é uma inflamação da pele que ocasiona descamação e vermelhidão em áreas oleosas do corpo, como face, sobrancelha, couro cabeludo e orelhas. É uma doença comum entre os bebês e tende a piorar no verão. Para amenizá-la, recomenda-se xampu e cremes que ajudam a reduzir a coceira e a oleosidade.
4. Parasitoses
“O contato com parasitas presentes na areia e/ou em gramados, provenientes das fezes de animais, também pode provocar doenças, principalmente nas regiões mais expostas, como pés e nádegas”, explica a alergista. É o caso, por exemplo, do bicho geográfico, que entra na pele e a percorre, deixando um rastro. Para tratar esse tipo de doença, é recomendado pomadas específicas que têm como base tiabendazol.
5. Infecções fúngicas
O contato excessivo com a umidade, causada pelo suor ou pelo uso de roupas molhadas por muito tempo, cria um ambiente propício para a proliferação de fungos que levam a infecções, como frieiras nos dedos dos pés, pitiríase versicolor, impinge e candidíase genital. “Os principais sintomas são coceira, dor local, secreção esbranquiçada e ardência”, elenca Brianna. Para tratar infecções fúngicas, o paciente deve usar cremes e pomadas antifúngicas e ter o cuidado de manter a região seca.
6. Brotoeja
Nome popular da miliária, a brotoeja é uma dermatite inflamatória causada pela obstrução das glândulas sudoríparas, o que impede a eliminação do suor pelo corpo. Assim, ela é mais comum de acontecer quando o bebê está em um ambiente quente e úmido, com excesso de roupa ou passando por uma situação de febre.
“Em geral, as lesões da brotoeja surgem no tronco, no pescoço, nas axilas e nas dobras da pele, sob a forma de grosseiro, com pequenas bolhinhas de água (vesículas). A aparência varia de acordo com a profundidade na qual ocorreu o bloqueio no ducto excretor”, detalha a imunologista.
Dicas para cuidar da pele do bebê no verão
De acordo com Brianna Nicolletti, a Sociedade Brasileira de Pediatria recomenda que bebês de até seis meses não tenham contato direto com o sol. Assim, eles devem ser mantidos na sombra. “Caso seja necessário sair ao ar livre, vale recorrer a protetores mecânicos, como sombrinhas, guarda-sol, boné e roupas”.
Já para os pequenos de seis meses a dois anos, deve-se usar produtos apropriados para a pele infantil e com alto fator de proteção. “Por exemplo, filtros inorgânicos (físicos), pela menor capacidade de provocar alergias, alta resistência à água e proteção imediata”, detalha Brianna.
Depois dos dois anos, os pais devem recorrer aos filtros químicos infantis, protetores solares. Na hora de escolhê-lo, o ideal é optar por aquele com o maior nível de proteção UV.